A politóloga Sílvia Mangerona, em entrevista à Renascença, avalia a abstenção do Partido Socialista (PS) na votação do Orçamento do Estado (OE) do próximo ano como uma postura "responsável". Ela afasta a ideia de uma cedência do PS ao governo, argumentando que a situação parlamentar exige essa atitude para garantir a estabilidade política. Mangerona acredita que essa postura pode ser vantajosa para o PS junto aos eleitores. A especialista também destaca a importância de José Luís Carneiro ter reafirmado o compromisso do PS com os portugueses, vendo o partido como um "parceiro privilegiado" do governo na discussão do OE, dada a conjuntura parlamentar. A politóloga faz um paralelo com a abstenção de António José Seguro em 2011, lembrando as críticas e o desfecho da situação. Em relação ao apoio do PS à candidatura de António José Seguro à Presidência da República, Sílvia Mangerona considera que o partido não está atrasado em se manifestar, após meses de indefinição. Ela defende que a espera não prejudica nem o PS nem Seguro, e que os recentes momentos eleitorais permitiram esse adiamento, que pode ser visto como um ato de responsabilidade. Apesar de reconhecer a natureza controversa da candidatura de Seguro, Mangerona acredita que o apoio do PS é fundamental para que ele obtenha um resultado favorável e para evitar surpresas desagradáveis para o partido.