Zohran Mamdani: O ‘Socialista’ Muçulmano que Conquistou Nova York e Chocou o Mundo!

Nascido em Uganda, filho de uma cineasta renomada e com raízes indianas, Mamdani ascendeu ao poder em Nova York, desafiando o status quo e atraindo olhares de todos os cantos.

A eleição de Zohran Mamdani como prefeito de Nova York marca um momento notável para o político de esquerda. Sua trajetória, que começou de forma discreta, culminou em uma campanha eleitoral impactante na maior cidade dos Estados Unidos. Após surpreender ao vencer o ex-governador Andrew Cuomo nas primárias democratas em junho, a figura sorridente de Mamdani passou a ser frequente na televisão dos nova-iorquinos. O prefeito eleito da 'Big Apple', com 34 anos, nasceu em Uganda, em uma família de origem indiana, e reside nos EUA desde os sete anos. Em 2018, naturalizou-se cidadão americano. Ele é filho da cineasta Mira Nair (Um Casamento à Indiana, Salaam Bombay!) e de Mahmood Mamdani, professor e especialista em África, o que gerou críticas, rotulando-o como “nepo baby”. Mamdani seguiu o caminho de outros jovens de famílias de esquerda da elite: estudou na Bronx High School of Science e no Bowdoin College, no Maine. Sob o pseudônimo ‘Young Cardamom’, aventurou-se no rap em 2015, influenciado pelo grupo de hip hop ‘Das Racist’. Apesar disso, a carreira musical não decolou. Seu interesse pela política surgiu quando soube do apoio do rapper Heems (Himanshu Suri) a um candidato ao conselho municipal, entrando na campanha como ativista. Mamdani, então, atuou como conselheiro de prevenção de execuções hipotecárias, ajudando proprietários em dificuldades financeiras. Em 2018, foi eleito legislador do Queens, um bairro com grande número de imigrantes

, representando-o na Assembleia Estadual de Nova York. O autoproclamado socialista, reeleito três vezes em seu cargo estadual, construiu uma imagem que se tornou sua marca: um muçulmano progressista que se sente à vontade tanto em uma marcha do Orgulho Gay quanto em um banquete de encerramento do Ramadã. O foco de sua campanha foi tornar a cidade acessível aos menos favorecidos, a maioria dos quase 8,5 milhões de residentes. Prometeu mais controle de aluguéis, creches, ônibus gratuitos e lojas de bairro administradas pela cidade. Defensor da causa palestina desde seus anos de estudante, suas posições sobre Israel (considerado um “regime de apartheid”) e a guerra em Gaza (um “genocídio”) geraram atritos com parte da comunidade judaica. Nos últimos meses, denunciou abertamente o antissemitismo. Para Donald Trump, Mamdani é um “pequeno comunista”. Contudo, assim como o ex-presidente, ele é um “outsider” em um cenário político que o eleitorado não deseja mais, segundo Costas Panagopoulos, professor da Universidade Northeastern. “Ele conseguiu o apoio dos eleitores insatisfeitos, frustrados com o status quo e que sentem que suas necessidades e prioridades são ignoradas”, afirma. Fã de futebol e críquete, Mamdani casou-se recentemente com a ilustradora americana Rama Duwaji. Na disputa eleitoral, utilizou seu ativismo com distribuição estratégica de panfletos e um uso inovador e divertido das redes sociais. Para Lincoln Mitchell, da Universidade de Columbia, “ele personificou um híbrido entre uma campanha tradicional dos anos 1970 e uma campanha moderna de 2025”.

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