Zero Apela à Ação Urgente: Cupões, Plataforma e Formação para Revolucionar a Reparação de Produtos!

A Zero propõe medidas ambiciosas para aumentar a reciclagem e a vida útil dos produtos, num momento crucial para a economia portuguesa. Descubra como!

A associação Zero apresentou, no último sábado, um conjunto de propostas inovadoras, incluindo cupões de reparação, uma plataforma digital e programas de formação especializada, com o objetivo de impulsionar a reciclagem e prolongar a vida útil dos produtos. A iniciativa surge em resposta à necessidade premente de transpor a Diretiva do Direito à Reparação até 2026. Em comunicado emitido no Dia Internacional da Reparação, a Zero enfatizou a urgência de transformar o ciclo de desperdício, destacando os dados da Agência Europeia do Ambiente, que revelam uma baixa taxa de circularidade na economia portuguesa em 2023. Apenas 2,8% dos recursos são reintegrados na economia, um número significativamente inferior à média da União Europeia, que não ultrapassa os 12% no mesmo período. A Zero sublinha que, perante a meta estabelecida pela UE de duplicar a taxa de circularidade até 2030, atingindo 23 a 24%, torna-se crucial intensificar os esforços na prevenção da produção de resíduos. Portugal tem até 31 de julho de 2026 para integrar na legislação nacional a Diretiva europeia do Direito à Reparação, aprovada em 2024. A Zero aproveita esta data para alertar sobre a importância de cumprir o prazo e iniciar a preparação para a sua plena implementação. A associação defende que, para um país como Portugal, que depende da importação de matérias-primas e produtos, promover o direito à reparação é fundamental para estender a vida útil dos

produtos. De acordo com a Zero, esta diretiva concretiza algumas das reivindicações de organizações e empresas do setor, como a obrigação dos fabricantes de reparar bens tecnicamente reparáveis, mediante solicitação do consumidor, disponibilizar peças sobresselentes e ferramentas a preços acessíveis, e proibir cláusulas contratuais ou técnicas que impeçam reparações por técnicos independentes. Destaca-se também a criação de uma plataforma europeia online de reparação, com versões nacionais, para facilitar o acesso dos consumidores a reparadores e revendedores de bens recondicionados. Apesar dos avanços, a Zero aponta para algumas limitações importantes, como a abrangência restrita a certos produtos, como smartphones, tablets, eletrodomésticos e ecrãs, excluindo grande parte do consumo tecnológico. Além disso, a falta de clareza sobre o que constitui um preço razoável para peças sobresselentes é um ponto de atenção. Estudos indicam que a maioria dos consumidores só considerará a reparação se o custo total for inferior a 30-40% do valor do produto, o que exige que as peças sobresselentes representem entre 15-20% do preço. A Zero considera esta diretiva uma oportunidade para promover uma cultura de reparação e propõe ao Governo a criação de cupões de reparação, financiados pelo ecovalor de cada produto. Adicionalmente, sugere a formação de mão-de-obra especializada, integrando esta prioridade em escolas profissionais e centros de formação, e a criação de uma plataforma digital nacional para apoiar os consumidores no exercício do seu direito à reparação.

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