Urgência vs. Importância: A Armadilha que Destrói Empresas e Como Líderes Sagazes Escapam Dela

Em tempos de crise, a urgência pode ofuscar o que realmente importa. Descubra como líderes eficazes priorizam o longo prazo e evitam a exaustão, construindo um futuro sólido para suas empresas.

A instabilidade é uma constante no mundo corporativo, com crises tecnológicas, políticas e econômicas se sucedendo. As empresas operam em estado de alerta constante, com prioridades que mudam quase diariamente, e a urgência muitas vezes se sobrepõe ao que é realmente crucial. A gestão reativa, priorizando decisões imediatas em detrimento da estratégia, leva tarefas visíveis e imediatas a substituir o planejamento e a inovação. Marina Ferreira, Senior Partner da Korn Ferry no Brasil, explica que os assuntos urgentes exigem atenção imediata, enquanto os importantes são estratégicos e estruturantes, mas o urgente tende a dominar o essencial. Desde a pandemia, as organizações têm lidado com uma gestão de emergência, reagindo a crises sem tempo para uma visão de longo prazo. A Korn Ferry aponta que essa 'pressa crônica' resulta em decisões táticas, insustentáveis e desalinhadas com o propósito da empresa. Tierney Remick, co-líder global da prática de Board & CEO Services da Korn Ferry, observa que nenhuma empresa cresce 20% ao ano por 50 anos, mas o mercado continua esperando isso. A pressão por resultados imediatos prejudica os investimentos que garantiriam o crescimento futuro. Jane Edison Stevenson, vice-presidente global da Korn Ferry, acrescenta que a urgência de curto prazo impede a construção de uma visão de longo prazo. Um estudo da McKinsey & Company mostra que empresas com visão de longo prazo geram mais valor para acionistas e colaboradores

, crescendo em média 47% em receita e 36% em lucros em uma década. Os conselhos de administração têm um papel crucial em garantir que a estratégia não seja sacrificada pela reatividade, em um cenário dominado por inteligência artificial, regulação e tensões geopolíticas. Marina Ferreira destaca que os conselhos devem ajudar os CEOs a diferenciar entre resolver problemas imediatos e criar valor a longo prazo, considerando o impacto e o risco de cada decisão. Questões estruturais, como sucessão de liderança, desenvolvimento de talentos e inovação, são frequentemente adiadas até se tornarem crises inevitáveis. Stevenson alerta que a urgência na sucessão indica falha na gestão estratégica. O relatório European Corporate Governance Survey 2024, da Ernst & Young (EY), reforça que conselhos focados em ética, sustentabilidade e governança responsável estão mais preparados para enfrentar a volatilidade e manter a confiança das partes interessadas. O desafio da liderança moderna é recuperar a capacidade de pensar estrategicamente, repensando o conceito de urgência. A gestão do tempo, das prioridades e das expectativas do mercado tornou-se uma competência essencial. A Harvard Business Review ressalta que a diferença entre líderes eficazes e exaustos está na forma como definem prioridades e combatem a falsa sensação de urgência. Em um ambiente empresarial onde tudo parece urgente, o diferencial será a capacidade de focar no essencial, que constrói futuro, cultura e propósito, mesmo que invisível a curto prazo.

📝 Sobre este conteúdo Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA com base em reportagem publicada em Lidermagazine . O texto foi modificado para melhor atender nosso público, mantendo a precisão factual. Veja o artigo original aqui.