A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, declarou nesta quinta-feira que o processo Marquês simboliza as falhas que podem ocorrer em um processo judicial. Ela defendeu que o caso sirva como um exemplo do que deve ser evitado. "Não vou comentar o caso específico, mas todos sabemos que este caso tem demonstrado tudo o que pode dar errado em um processo. É um guia do que não pode acontecer", afirmou a ministra durante o XIX Encontro Anual do Conselho Superior da Magistratura, em Setúbal. Questionada sobre a decisão do Tribunal Central Criminal de Lisboa de prosseguir o julgamento sem conceder mais tempo ao advogado de José Sócrates, Rita Júdice preferiu não se manifestar. "Não vou comentar a decisão da juíza", disse ela, enfatizando a importância de o processo avançar e de o juiz ter autonomia. A ministra não considera que a decisão tenha sido um erro. O ex-primeiro-ministro José Sócrates, de 68 anos, enfrenta acusações por 22 crimes, incluindo três de corrupção, sob suspeita de receber dinheiro em troca de favores a entidades como o Grupo Lena, o Grupo Espírito Santo (GES) e o resort de Vale do Lobo, no Algarve. O processo envolve 21 arguidos, que geralmente negam os 117 crimes econômico-financeiros imputados. O julgamento começou em 3 de julho, no Tribunal Central Criminal de Lisboa, com sessões programadas até 18 de dezembro de 2025.