Papuda em Foco: Bolsonaro na Mira? Entenda a Guerra Política por Trás das Grades

A Papuda, presídio símbolo da punição política, pode ser o destino de Bolsonaro. Saiba por que a prisão do ex-presidente é um cenário possível e as implicações políticas.

Em meio à incerteza sobre a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux no julgamento dos recursos da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um local icônico no imaginário nacional volta a ser foco de atenção. O Complexo Penitenciário da Papuda, principal presídio do Distrito Federal, é frequentemente visto como um símbolo de punição a políticos de diversas ideologias. Após as discussões no STF, onde Fux divergiu na Primeira Turma, não é o cenário mais provável, mas também não é impossível que o ex-presidente seja enviado à Papuda para cumprir inicialmente sua pena em regime fechado. Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar provisória. No Supremo, Fux foi autorizado pelo presidente Edson Fachin a migrar para a Segunda Turma, mas deve permanecer entre os ministros responsáveis pelo julgamento de Bolsonaro. A Papuda já recebeu governadores, ministros, senadores, deputados federais e distritais, secretários de estado e funcionários públicos de diversos níveis hierárquicos, em casos relacionados à corrupção, além de empresários, celebridades, criminosos e líderes de facções, mas nunca um ex-presidente. O complexo prisional abrigou políticos como os ex-deputados federais José Dirceu e José Genoíno, ambos do PT e condenados no caso do Mensalão. Dirceu ficou 11 meses em regime fechado na Papuda antes de ser autorizado a cumprir a pena em casa. Genoíno também cumpriu parte da pena na Papuda. O ex-governador

e prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (Progressistas), foi transferido para a Papuda em 22 de dezembro de 2017, após se entregar à PF. Em 30 de março de 2018, o STF autorizou que ele cumprisse o restante da pena em prisão domiciliar. O ex-deputado federal Natan Donadon foi o primeiro parlamentar em exercício preso por determinação do STF desde a promulgação da Constituição em 1988. Ele foi condenado em 2013 e teve a pena extinta em 2019. O Distrito Federal já teve três ex-governadores presos na Papuda, incluindo José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz e Joaquim Roriz. Aliados de Bolsonaro não acreditam em regime fechado para o ex-presidente. De acordo com o jornal O Globo, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, está confiante na manutenção da prisão domiciliar para Bolsonaro. O vereador paulistano Adrilles Jorge (União Brasil) considera a discussão secundária, pois o ex-presidente já está preso. A deputada federal Rosana Valle (PL) acredita que a prisão de Bolsonaro seria um golpe na confiança do povo nas instituições. A Papuda também recebeu presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023, incluindo o empresário Cleriston Pereira da Cunha, que morreu na penitenciária. Caso Bolsonaro seja enviado à Papuda, seria a primeira vez que o presídio abriga um ex-presidente da República desde o fim do regime militar. Outros ex-presidentes, como Lula, Temer e Collor, não cumpriram pena na Papuda. O advogado Arthur Rollo afirma que a situação de Bolsonaro é diferente da de Lula, pois não cabem mais recursos. Ele compara a situação de Bolsonaro com a de Collor, que cumpre prisão domiciliar devido a problemas de saúde. O advogado acredita que Bolsonaro cumpre os requisitos para permanecer em prisão domiciliar, mas pode ser mandado para a cadeia caso viole as regras.

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