A criatividade ousada, aliada à racionalidade de negócios, está redefinindo o marketing no e-commerce português. Ivo Gomes, CEO da MOB Agency, e Rita Faria, Diretora-Geral do KuantoKusta, encontraram o ponto de equilíbrio entre a liberdade de inovar e a disciplina de medir resultados. Em um mercado cauteloso, a dupla compartilha como romper com a comunicação previsível, transformar criatividade em vendas e equilibrar instinto e métricas. Em entrevista à Líder, Ivo Gomes afirma: "Hoje está tudo tão calculado que o que é real, o que foge à regra, é o que chama a atenção. O mercado está a ir nesse sentido." Rita e Ivo exploram como emoção e performance podem caminhar juntas, reinventando o marketing digital que vai além dos números, tocando na experiência e conexão com o consumidor.
A MOB é conhecida por suas ações impactantes. Em tempos de algoritmos e métricas, o choque ainda é eficaz? Ivo Gomes acredita que mensagens poderosas precisam de elementos de surpresa e exagero, pois mesmo com um bom texto, há sempre uma percepção psicológica associada, que gera reação. Ele compara a mostrar algo pequeno na Torre Eiffel, onde o contexto muda tudo. Os princípios da comunicação permanecem, mas o que hoje se confunde com 'choque' é, muitas vezes, apenas especificidade. Ao falar para um público específico, é preciso aceitar que outros podem não gostar da mensagem.
Quando uma marca como o KuantoKusta procura a MOB, o que busca? Ousadia, performance
ou redenção? Ivo Gomes explica que, no caso do KuantoKusta, a parceria é diferente, pois ele continua sendo CEO da MOB. As marcas buscam uma abordagem que quebre a repetição, buscando a liberdade de dizer as coisas de forma diferente, mesmo que isso cause desconforto. Ele equilibra a liberdade criativa da agência com a ansiedade dos clientes por resultados, trabalhando em conjunto desde o início, sem propostas prontas, alinhando expectativas e reduzindo a ansiedade. Regras de engajamento são assinadas pelos clientes, garantindo espaço para criar, pois sem essa liberdade, o resultado não será o melhor possível. A liberdade é uma condição de eficácia.
Em relação a limites éticos, Ivo afirma que nunca cruzaram uma linha, pois são criativos, mas trabalham por dinheiro sem fazer algo do qual não possam se orgulhar. Rejeitaram uma campanha política em um país em guerra, perdendo 30% da receita naquele mês. Em Portugal, onde o marketing tende ao conservadorismo, ser ousado não é difícil, pois a visão é um pouco limitada. O mercado está mudando, com clientes buscando ideias novas e interromper o 'scroll'. Um vídeo mal filmado, uma pessoa comum, uma frase fora do padrão chamam a atenção.
A parceria com a MOB exigiu confiança em um discurso menos previsível. Rita Faria explica que a relação com a MOB foi como um casamento, com uma perspectiva positiva e um negócio maduro. A reinvenção é necessária para evitar que algo dê errado, pois o ciclo de vida do negócio terminaria. A MOB mostrou o ponto de inovação necessário, quebrando o status quo e ajudando a crescer.
O KuantoKusta vive da racionalidade do preço e da comparação. A emoção é importante, pois as escolhas são pessoais. A empresa identifica quais marcas se mantêm relevantes por terem conexão emocional com os clientes. É preciso oferecer a visão da economia, mas também alavancar as duas coisas, pois o consumidor decide dessa forma.
Como se mede o valor da criatividade em um mundo focado em conversões e ROI? Rita Faria, que é analítica e gosta de números, confia na experiência da MOB e acredita que o trabalho terá retorno. O valor aparecerá no futuro, enquanto as pessoas se adaptam ao que está sendo construído.
Ao abrir o KuantoKusta para uma comunicação mais arrojada, houve hesitação, mas a equipe está alinhada com os valores da empresa. A performance digital só se torna inimiga quando a identidade da marca é esquecida. Se a essência for mantida, é possível usar a flexibilidade digital sem perdê-la.
Quando o criativo quer inovar e o cliente quer vender, o objetivo final é sempre vender. Se o objetivo estiver alinhado, é difícil o cliente não concordar. A rentabilidade do negócio é fundamental, mas a forma de entrega pode mudar. A inteligência artificial pode otimizar processos, eliminar tarefas repetitivas e gerar ideias, mas não substitui a intuição humana.
Se o marketing é um reflexo do tempo, o trabalho da MOB e do KuantoKusta mostra que vivemos tempos interessantes, com novas gerações e diversidade de estilos. A publicidade ainda pode ser uma forma de comentário político, especialmente para marcas de nicho. O consumidor ainda distingue uma marca com alma, buscando rapidez e preço, mas também contato humano. O erro é inevitável e faz avançar as ideias. No digital, o erro é um luxo, pois pode ser corrigido rapidamente. O erro é uma forma de medir até onde se pode ir.
Os próximos objetivos da parceria incluem a Black Friday e o Natal, que determinarão os ajustes para o futuro. O KuantoKusta está se reinventando, transformando a forma como se apresenta e como mede o sucesso. Os resultados iniciais mostram que valeu a pena arriscar, com grandes projetos e consolidação em 2026, equilibrando performance e emoção, números e narrativa, que é o futuro da marca.
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Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
Lidermagazine
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