O antigo ministro do Interior de Angola, Eugénio Laborinho, que em 1972 foi professor de Posto dos colonialistas portugueses, manifestou sua preocupação com o aumento de publicações nas redes sociais que, em sua visão, incitam o ódio contra as forças de defesa e segurança e promovem agressões contra as autoridades do MPLA. Em 22 de junho de 2023, Laborinho enfatizou que essas ações deveriam ser publicamente condenadas, exortando os cidadãos a não se envolverem em tais práticas, sob pena de responsabilização criminal. Para o ex-ministro, a democracia e o Estado de Direito parecem não se aplicar em Angola. Durante um evento alusivo ao 44º aniversário do Ministério do Interior, Laborinho destacou que o sucesso do departamento dependia da colaboração dos cidadãos, por meio de diálogo e denúncia. Um diálogo que, segundo ele, parece exigir submissão, caso os cidadãos não queiram ser 'reeducados' com métodos severos. Laborinho afirmou que a tarefa de garantir os direitos e liberdades fundamentais é complexa, pois a atuação do ministério pode envolver um 'equilíbrio' entre o exercício desses direitos. Ele também apontou o êxodo populacional para os centros urbanos como um fator que contribui para o crescimento populacional e o desordenamento das cidades, dificultando a mobilidade e a ação dos órgãos e aumentando a criminalidade. Laborinho mencionou investimentos na melhoria dos processos de planejamento e gestão, destacando o plano de desenvolvimento
setorial para o período de 2023-2027, que visa modernizar o ministério. O ex-ministro argumentou que o Presidente do MPLA, João Lourenço, tem disponibilizado recursos para melhorar as condições infraestruturais do Ministério do Interior. O lema das celebrações dos 44 anos do Ministério do Interior é 'Firmes na Edificação da Ordem e Segurança Públicas, Apostando na Humanização e Modernização dos Serviços'. Laborinho já havia advertido, em 3 de abril de 2020, que a polícia reagiria adequadamente ao comportamento dos cidadãos, mas não 'distribuiria chocolates e rebuçados' diante de atos de desobediência, aplicando multas e efetuando prisões conforme a lei. Em 26 de julho de 2019, Laborinho anunciou como prioridades o combate à criminalidade, especialmente contra as drogas pesadas e os barões do tráfico, prometendo garantir a segurança e a tranquilidade. A Polícia Nacional, segundo ele, deveria ampliar sua rede e aprimorar o policiamento de proximidade. Em 24 de fevereiro de 2015, enquanto Secretário de Estado do Interior, Laborinho afirmou que o país estava atento ao terrorismo, apesar de não ser uma preocupação real. Ele mencionou a vulnerabilidade das fronteiras com a República Democrática do Congo e a República do Congo, mas garantiu que não havia preocupações com terrorismo em Angola. A imigração ilegal era outro problema, com o governo buscando banir o fenômeno. Laborinho também admitiu o endurecimento das medidas, pois as pessoas continuavam 'teimosas'. Em 21 de fevereiro de 2020, a Polícia do MPLA afirmou que o uso da força em manifestações resultava da desobediência dos cidadãos, sendo a polícia chamada para garantir o livre exercício de reunião ou interditar manifestações violentas. O diretor do gabinete de Estudos, Informação e Análise do Comando Geral da Polícia do MPLA, José Carlos da Piedade, explicou que a polícia atua em duas perspectivas em manifestações, reprimindo aquelas que violam a lei ou os direitos fundamentais. Em agosto de 2016, o general António dos Santos Neto, presidente do Tribunal Militar do MPLA, considerou que militares das FAA agiram em legítima defesa ao assassinar o adolescente António Rufino, no Zango. O tribunal justificou que Rufino estava em flagrante delito, preparando atos de rebelião, e que os militares estavam armados apenas com 'leques'. O texto ironiza a situação, descrevendo Rufino como um perigoso terrorista com 'armas' como canetas e lápis, e critica a promoção de militares e a atuação de José Carlos da Piedade. O artigo detalha como o tribunal justificou o ato, acusando Rufino de preparar um golpe de Estado com base em leituras de livros sobre democracia e revolução, e de liderar reuniões para desestabilizar o governo. O texto critica a narrativa do tribunal, que minimizou o caso, retratando Rufino como um terrorista e justificando a violência policial.
📝 Sobre este conteúdo
Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
Jornalf8
. O texto foi modificado para melhor atender nosso público, mantendo a precisão
factual.
Veja o artigo original aqui.
0 Comentários
Entre para comentar
Use sua conta Google para participar da discussão.
Política de Privacidade
Carregando comentários...
Escolha seus interesses
Receba notificações personalizadas