A deputada conservadora Alicia Kearns revelou ter sentido medo ao ser informada por detetives sobre a possibilidade de seu quarto de hotel em Taiwan ter sido alvo de escutas chinesas. A notícia, que surgiu durante uma investigação sobre o pesquisador parlamentar Chris Cash, suspeito de fornecer informações confidenciais a Pequim, chocou a parlamentar. Em poucos minutos, a polícia soltou a bomba extraordinária: Cash estaria passando segredos para a China há um ano. Kearns, que também é presidente do comitê de assuntos externos, descreveu o encontro com oficiais de contraterrorismo e do MI5 como algo que a deixou fisicamente mal. Acreditava-se que Cash, peça central em decisões políticas cruciais do governo britânico sobre a China, era um traidor. O escândalo levanta sérias questões sobre a interferência chinesa na democracia britânica. Kearns, abalada, temeu os possíveis danos causados por Cash, que tinha acesso a importantes especialistas em China. Como diretor do China Research Group, Cash participava de reuniões com o Foreign Office, Home Office, Tesouro e Departamento de Negócios e Comércio. O grupo, criado em 2020 por deputados conservadores, incluindo Kearns, tinha como objetivo moldar a política governamental sobre a China. Cash também se encontrava com dissidentes chineses e vítimas de repressão transnacional, o que aumentava o risco de que suas informações fossem comprometidas. A situação piorou quando Kearns conversou com detetives, que
a questionaram sobre sua estadia em Taiwan e a possibilidade de seu quarto de hotel ter sido grampeado. A deputada recorda a sensação de pavor: 'Eles poderiam ter entrado naquele quarto a qualquer momento'. Ela ressalta a dificuldade de se proteger de escutas em quartos de hotel, especialmente em viagens como a de Taiwan, e a preocupação com informações sobre sua família. Antes da viagem a Taiwan em dezembro de 2022, o governo chinês enviou cartas ameaçadoras a Kearns e sua equipe, alertando sobre possíveis consequências caso a viagem fosse realizada. Cash e seu amigo britânico Chris Berry foram acusados de espionagem para a China, mas o caso foi inesperadamente arquivado pelo Ministério Público, gerando controvérsias políticas. Kearns acusou o Partido Trabalhista de se recusar a fornecer evidências cruciais sobre a ameaça da China, enquanto Keir Starmer culpou a postura do governo anterior. Em uma audiência preliminar, foi alegado que segredos foram repassados a um agente de inteligência chinês, que os entregou a um membro do Comitê Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês, supostamente Cai Qi. Os promotores afirmaram que Cash passou informações politicamente sensíveis a Berry. As acusações, negadas pelos acusados, referiam-se a 34 relatórios encomendados pelo agente chinês a Berry, com base em informações fornecidas por Cash. Foi dito que Cash começou a compartilhar informações 'extraoficiais' de forma não solicitada. Ninguém desconfiou de nada, nem os ex-espiões do MI6 com quem Cash falava, nem a equipe de segurança que o autorizou a receber uma credencial parlamentar. Tom Tugendhat, ex-ministro da Segurança, elogiou Cash, destacando sua inteligência e conhecimento sobre a China. Kearns o descreveu como peça central na política do governo sobre a China, participando de decisões importantes. Cash desempenhou um papel fundamental em diversas ações, incluindo a proibição do TikTok em dispositivos governamentais e a exposição de delegacias de polícia chinesas no Reino Unido. Kearns enfatizou que Cash era fundamental para o funcionamento do China Research Group, mas ninguém imaginava que ele poderia ser uma das maiores preocupações. Ela ressaltou o valor das informações que Cash possuía para a China, incluindo detalhes sobre o funcionamento do governo e a influência sobre os parlamentares. Kearns se preocupa com a segurança das pessoas com quem Cash se encontrava, incluindo dissidentes e uigures. Cash, de origem privilegiada, estudou em universidades renomadas e lecionou inglês na China antes de trabalhar no Parlamento em 2021. Após a prisão de Cash, Kearns soube que ele havia se gabado em um pub sobre ter sido preso na China. Kearns relatou o dia em que soube das alegações contra Cash, lembrando que recebeu um telefonema da segurança parlamentar. Ela brincou com Cash, mas notou seu nervosismo. Kearns foi instruída a assinar a Lei de Segredos Oficiais e, posteriormente, foi informada sobre a prisão de Cash. Ela ficou chocada e se sentiu traída. Kearns foi orientada a agir normalmente ao retornar ao seu escritório, onde Cash a esperava. Mais tarde, recebeu ligações da mãe de Cash, informando sobre a invasão em sua casa e a prisão do filho. Após o escândalo, Kearns foi alvo de ataques e boatos falsos. Ela questionou a falta de apoio do governo e a forma como o caso foi tratado, acreditando que houve envolvimento ministerial. Kearns recebeu uma carta do Ministério Público reconhecendo que ela foi 'alvo' da China. Os advogados de Cash e Berry, que negam qualquer irregularidade, descreveram as provas como 'insuficientes'. Kearns afirma não se sentir envergonhada pelo ocorrido, atribuindo o ataque ao sucesso do China Research Group em influenciar políticas e tornar o país mais seguro.
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com base em reportagem publicada em
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