“Eles amarraram nossas pernas e bateram!” Refém revela tortura brutal após declarações de Ben-Gvir

Bar Kupershtein, ex-refém, relata espancamentos brutais e humilhações nas mãos de terroristas, que justificavam os ataques como vingança pelas ações do ministro Ben-Gvir contra prisioneiros palestinos.

Um israelense que sobreviveu meses em cativeiro do Hamas descreveu em detalhes a tortura que sofreu, afirmando que os terroristas o espancavam repetidamente após o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, se vangloriar publicamente sobre o agravamento das condições para prisioneiros de segurança palestinos. Bar Kupershtein, que foi mantido em Gaza, relatou à emissora pública israelense Kan News que seus captores o agrediam e a outros reféns sempre que viam Ben-Gvir na mídia israelense ou ouviam falar de suas ações contra palestinos presos. Seu testemunho ecoou o de seu colega refém libertado, Segev Kalfon, que disse em entrevista ao ynet que “os terroristas nos espancavam brutalmente toda vez que viam Ben-Gvir na mídia ou quando havia eventos relacionados a seus prisioneiros”. Na semana passada, o jornalista Nadav Eyal informou que, até o final de 2024, a agência de segurança Shin Bet havia alertado Ben-Gvir e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que as declarações de Ben-Gvir sobre prisioneiros de segurança poderiam colocar em perigo os reféns mantidos em Gaza. “Lembro-me de dias em que não havia comida — você não tinha nada, eles não traziam nada”, disse Kupershtein. “Havia um sujeito que chamávamos de ‘Shchorzik’. O trabalho dele, e ele mesmo disse, era: ‘Estou aqui para garantir que você não seja tratado muito bem’. Não os víamos comendo, mas dava para perceber pelo peso — você estava encolhendo, e eles estavam

engordando.” Kupershtein descreveu um episódio particularmente violento que ocorreu por volta do 270º dia de cativeiro. “Eles vieram até nós e simplesmente nos espancaram — nos enfileiraram contra a parede e realmente nos bateram”, disse ele. “Eles nos disseram: ‘Isso é por causa de Ben-Gvir. O que quer que ele esteja fazendo com nossos prisioneiros, você terá o mesmo.’ Eles repetiram várias vezes — voltaram e nos bateram novamente. Uma semana depois, eles me levaram para o quarto deles, com os olhos vendados, e assim que entrei, levei dois socos no rosto — como pratos batendo um no outro.” “Caí no chão com a força, e eles me arrastaram pelas pernas pela sala”, disse ele. “Eles pisaram em mim e me humilharam o máximo que puderam. Então eles agarraram minhas pernas, amarraram-nas a um pedaço de pau ou barra de metal, e aquele ‘palhaço’ falou comigo em hebraico e disse: ‘Até agora não fizemos nada. Agora você sentirá na própria carne o que nossos prisioneiros sentem em suas prisões.’” Kupershtein disse que naquele momento, temeu que os terroristas estivessem prestes a mutilá-lo. “Pensei: ‘O quê, eles vão cortar minhas pernas agora?’ Você pensa: ‘Este pode ser o fim para você.’ Você começa a reviver toda a sua vida — vendo tudo diante de seus olhos”, disse ele. “Eles pegaram um pedaço de pau e começaram a nos bater nas solas dos pés e nas pernas. Lembro-me de cruzar minha perna direita sobre a esquerda para que eles batessem em apenas uma perna — pelo menos uma ainda funcionaria. Eles quebraram alguns dos meus dedos do pé. Não consegui colocar peso na perna por cerca de um mês.” Quando questionado se estava com raiva das observações e ações de Ben-Gvir, Kupershtein disse que ficou furioso com o fato de as declarações terem sido divulgadas enquanto os reféns ainda estavam em cativeiro. “Fiquei com raiva de que isso tenha ido parar na mídia”, disse ele. “Você sabe que estamos nas mãos deles — como você pode deixar que eles descontem em nós? Você é um ministro do governo que deveria cuidar de nós. Por que não está fazendo isso?”

📝 Sobre este conteúdo Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA com base em reportagem publicada em Ynetnews . O texto foi modificado para melhor atender nosso público, mantendo a precisão factual. Veja o artigo original aqui.