Comunista x 'Bolsonaro chileno': Quem vai para o 2º turno no Chile? Resultados chocam!

Jeannette Jara e José Antonio Kast lideram a corrida presidencial chilena, mas a disputa promete ser acirrada. Entenda os detalhes e as estratégias dos candidatos!

A ex-ministra comunista Jeannette Jara e o conservador José Antonio Kast despontam como favoritos para o segundo turno das eleições presidenciais chilenas, agendado para 14 de dezembro. Com 40% dos votos apurados neste domingo, Jara obteve 26% dos votos, enquanto Kast conquistou 24%. Como nenhum dos candidatos alcançou os 50% necessários, a presidência será decidida no próximo mês em um confronto direto entre os dois, caso os resultados se confirmem. Oito candidatos disputaram as eleições presidenciais chilenas de 2025, com três deles buscando a vaga da direita contra Jara no segundo turno. Além de Kast, eram considerados favoritos Evelyn Matthei, da coligação Chile Vamos, e Johannes Kaiser, do Partido Libertário Nacional. Kaiser e Kast optaram por não participar das eleições primárias oficiais contra Matthei em junho passado, diferente da esquerda, que escolheu Jeannette Jara como sua única candidata. A maioria das pesquisas indica que o candidato da direita que disputará o segundo turno contra Jara, em meados de dezembro, possui grandes chances de vencer as eleições. As pesquisas sugerem que as diferentes vertentes da direita superam hoje os 50% das intenções de voto no Chile, enquanto a candidata do governo não conseguiria ultrapassar os 30%. A eleição deste domingo foi marcada pelo retorno do voto obrigatório nas eleições presidenciais, pela primeira vez desde o retorno à democracia, em 1990. Na última eleição presidencial, há quatro

anos, a abstenção foi de 53%. Segundo Guillermo Holzmann, analista político da Universidade de Valparaíso, este é um cenário sem precedentes em uma eleição presidencial. O crime e a imigração ilegal dominaram a campanha, em meio ao aumento da violência e do crime organizado, que alguns candidatos atribuíram a organizações criminosas como o Tren de Aragua, da Venezuela. Kast se espelha em Trump, Milei, Bukele e Bolsonaro. José Antonio Kast almejar a presidência do Chile era algo inesperado para seus amigos mais próximos. Kast concorreu pela primeira vez à presidência em 2017, terminando em quarto lugar com apenas 8% dos votos. Ele tentou novamente em 2021 e venceu o primeiro turno, mas perdeu o segundo turno com 44% dos votos para o atual presidente de esquerda, Gabriel Boric, que obteve 56%. Kast, aos 59 anos, com uma agenda focada em segurança, busca chegar ao poder no Chile. Nascido em Paine, Kast é o caçula de dez filhos de um casal alemão que emigrou para o Chile após a Segunda Guerra Mundial. O passado de seu pai, Michael Kast, durante a guerra tem sido motivo de controvérsia. Kast defende o regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990) e chegou a dizer que, se Pinochet estivesse vivo, teria votado nele. A carreira política de Kast começou na Universidade Católica, onde participou do Movimento Guild, fundado por Jaime Guzmán. Mais tarde, atuou como vereador e deputado federal pela União Democrática Independente (UDI). Kast se distanciou da UDI e fundou o Partido Republicano do Chile, pelo qual foi candidato nas últimas eleições. 'Kast tenta representar uma 'nova' direita, o que eu chamo de direita nacionalista populista', disse Robert Funk, cientista político da Universidade do Chile. Em setembro, quando Jair Bolsonaro foi condenado por tentativa de golpe, Kast disse que existem juízes no Brasil 'que agem com base em ideologia política'. Kast propõe liderar um 'governo de emergência', com foco em migração e segurança pública. Uma de suas promessas é instalar cercas ou valas nas fronteiras do Chile. Jeannette Jara nasceu em 23 de abril de 1974, em Conchalí. Ela estudou administração pública e direito, financiando seus estudos com trabalhos informais. Jara afirma que usou o ativismo para lidar com o luto. Jara foi parte do governo durante o segundo mandato de Michelle Bachelet (2014-2018). Em 2018, Jara passou a atuar como consultora. Durante os protestos sociais de 2018 e 2019, ela representou manifestantes acusados. Boric nomeou Jara para chefiar o Ministério do Trabalho. No segundo turno, Jara terá a tarefa de conquistar votos da centro-direita e atenuar, com seu perfil pragmático, o medo do comunismo fomentado pela oposição.

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