O autismo tem recebido atenção global na última década, atraindo empreendedores e investidores. Nos EUA, dados de 2022 do Centers for Disease Control and Prevention indicam que a prevalência de autismo em crianças americanas de 8 anos é de 1 em 31. Esse número tem aumentado, indicando que mais americanos têm contato com o autismo em suas famílias. Estima-se que existam 1,5 milhão de crianças autistas nos EUA, com 961.000 recebendo tratamento, mas muitas ainda não têm acesso aos cuidados, segundo a MarketResearch.com. A empresa de pesquisa avaliou o mercado de tratamento de autismo nos EUA em US$ 4,4 bilhões em 2024, prevendo um crescimento anual de 3,8%.
Ao mesmo tempo, muito pouco ainda é conhecido sobre as causas do autismo e como aliviá-lo, o que aumenta o mistério e a urgência em descobrir suas origens e como tratá-lo. Christopher Male, co-fundador e diretor administrativo do Autism Impact Fund, afirma que o autismo representa uma grande oportunidade global de saúde e humana, mas que é subcapitalizado. Ele destaca que o mercado abrange um em cada quatro indivíduos com condições relacionadas ao autismo, como epilepsia, ansiedade, depressão, saúde intestinal e diabetes, representando um mercado trilionário.
Este artigo aborda como investir em startups de autismo, incluindo avaliação e riscos. Existem diversos tipos de startups de autismo, e investidores devem escolher subsectores que correspondam a seus conhecimentos e objetivos. Alguns subsectores-chave
incluem: terapias digitais e ferramentas de diagnóstico por inteligência artificial, como aplicativos de detecção e terapia precoce; tecnologia assistiva, como auxílios de comunicação, wearables sensoriais e plataformas de aprendizado; soluções de emprego e inclusão, como plataformas de correspondência de empregos; e startups de inovação em saúde, com foco em testes genéticos e terapias personalizadas.
Investir em startups de autismo é atrativo devido ao crescimento acelerado do setor e às grandes oportunidades de mercado. Rozy Vig, diretora administrativa da LEK Consulting, ressalta que a demanda está aumentando, mesmo com o sistema lutando para acompanhar. Apesar de ser um setor de investimento jovem, as startups de autismo estão impactando o mercado, estabelecendo subsectores que se conectam com biotecnologia, neurociência, IA e tecnologia, entre outros.
No entanto, a falta de conhecimento sobre o autismo implica em muitas novas empresas e oportunidades para investidores, que precisam ser cuidadosamente analisadas. Investir em startups, especialmente em um setor desconhecido, envolve riscos, como hipóteses médicas incorretas, falhas tecnológicas e regulamentação governamental.
Plataformas de crowdfunding de ações, como WeFunder, StartEngine e Republic, permitem que investidores invistam em startups de autismo. Investidores individuais podem participar, com alguns exigindo investimentos mínimos de US$ 50. Investidores que desejam investir US$ 5.000 ou mais podem considerar redes de investidores anjos, como a AngelList. Fundos de impacto e venture, como o Autism Impact Fund, também são opções. Outras empresas de investimento que forneceram capital para startups incluem a Blue Haven Initiative, Acumen e Echoing Green.
Para começar, é preciso determinar se você é um investidor credenciado ou não credenciado, pois os credenciados têm acesso a mais oportunidades. Para ser credenciado, é preciso ter uma renda anual mínima de US$ 200.000 ou ativos de mais de US$ 1 milhão, excluindo a residência principal. Investidores, credenciados ou não, podem abrir contas em sites de crowdfunding de ações, como Seedmatch ou Wefunder, e pesquisar empresas relacionadas ao autismo. É recomendável começar com investimentos pequenos, de US$ 100 a US$ 500. Investidores credenciados também podem considerar fundos, como o Autism Impact Fund. Christopher Male informou que o AIF iniciará a captação de um segundo fundo no outono de 2025.
Ao avaliar startups de autismo, os investidores devem analisar o modelo de negócios e sua capacidade de monetização. É importante verificar se a startup pode escalar o negócio de forma sustentável. Se o produto ou serviço já tiver ganhado tração, é um bom sinal. A equipe de liderança, sua experiência e histórico financeiro também devem ser avaliados. Uma equipe qualificada é um bom sinal da seriedade do negócio. Parcerias com hospitais, universidades ou instituições médicas estabelecidas, e estudos de pesquisa que validem os produtos e serviços da startup também são importantes. Outros indicadores de sucesso incluem propriedade intelectual e a compreensão dos documentos de investimento.
É crucial estar ciente de que a maioria das startups falha, e o setor de autismo não é diferente. Investidores devem estar preparados para a possibilidade de não ter liquidez no curto prazo. Eventos como aquisições ou ofertas públicas iniciais podem levar de cinco a dez anos ou mais para gerar retorno. A escassez de talentos no setor também é um desafio.
Investir em startups que desenvolvem soluções para os desafios relacionados ao autismo pode ser lucrativo e melhorar a vida das pessoas neurodiversas e suas famílias. O setor de autismo tem diversos subsectores e um forte potencial de crescimento. Apesar dos riscos e da falta de conhecimento, cabe aos investidores se familiarizarem com a indústria e as empresas para apoiar as startups de autismo que terão sucesso a longo prazo.
📝 Sobre este conteúdo
Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
Benzinga
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