A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República, com 17 votos a favor e 10 contra. Durante a sabatina, Gonet abordou a questão da anistia, afirmando que a decisão é competência do Congresso, mas que existem controvérsias jurídicas sobre o tema. Ele não especificou quais seriam essas polêmicas, mas sua fala gerou reações. Senadores da oposição questionaram a postura de Gonet, com Flávio Bolsonaro acusando-o de extrapolar suas funções ao antecipar uma posição sobre a anistia. Gonet, por sua vez, ressaltou sua intenção de manter um perfil discreto, caso seja reconduzido, priorizando o sigilo e evitando vazamentos ou manifestações públicas. Ele mencionou que suas manifestações sempre ocorreram nos autos dos processos, sem prejudicar a imagem ou a presunção de inocência dos investigados. As declarações de Gonet podem ser vistas como uma tentativa de se diferenciar de seus antecessores, como Augusto Aras e Rodrigo Janot. Fontes indicam que a resistência à sua recondução está concentrada no bolsonarismo, com bom diálogo com o Congresso e boa aceitação em parte do PL. Apesar de certa apreensão do governo Lula, não foram identificados movimentos para impedir a recondução de Gonet, que recentemente solicitou a condenação de Bolsonaro no caso da trama golpista, resultando na condenação do ex-presidente pelo STF.