BCE Alerta: Mercado de Capitais em Risco? Descubra os Perigos que Ameaçam a Economia!

Vice-presidente do BCE soa o alarme sobre o sobreaquecimento do mercado e os perigos da IA. Entenda as vulnerabilidades e os riscos para a estabilidade financeira.

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) juntou-se ao coro de preocupações sobre o aquecimento do mercado de capitais, especialmente em relação ao valor das empresas de tecnologia nos Estados Unidos que atuam no desenvolvimento de soluções de Inteligência Artificial (IA). Luís de Guindos, que está em final de mandato, apontou a volatilidade dos mercados financeiros como uma das principais ameaças à estabilidade financeira, destacando que estes mercados permanecem suscetíveis a ajustes bruscos nos preços dos ativos. Ele fez essas declarações na abertura da Semana das Finanças Europeias, organizada pelo Grupo de Finanças Europeias dfv em Frankfurt. Guindos observou que o otimismo renovado, impulsionado pela recuperação dos mercados de ações globais após as mínimas de abril, elevou ainda mais as avaliações, que já eram altas. Além disso, a concentração do mercado e a interconexão entre um pequeno grupo de grandes empresas de tecnologia dos EUA aumentaram, expondo os mercados a riscos relacionados a potenciais choques nos seus modelos de negócios de IA. O responsável alertou que quedas repentinas no mercado poderiam pressionar os balanços das instituições financeiras não bancárias da zona euro. Vulnerabilidades de liquidez em fundos abertos e a alavancagem em hedge funds aumentam o risco de vendas forçadas, o que poderia amplificar o estresse no mercado. Outra preocupação de De Guindos são os altos níveis de dívida em alguns países

da zona euro, o que poderá manter os défices orçamentais elevados nos próximos anos. Além disso, os orçamentos precisam lidar com desafios a médio e longo prazo, incluindo a necessidade de aumentar os gastos em defesa, considerando a nova meta da NATO. O não cumprimento do novo quadro fiscal da União Europeia (UE) pode testar a confiança dos investidores, principalmente em países com contextos políticos mais frágeis. Uma terceira vulnerabilidade, segundo De Guindos, reside no setor empresarial. Embora os bancos da zona euro tenham demonstrado resiliência a choques recentes, eles podem enfrentar uma deterioração na qualidade do crédito e um aumento nas necessidades de provisionamento, à medida que os efeitos das tarifas se propagam pela economia real. As fricções comerciais e a valorização do euro agravaram a pressão sobre o setor empresarial, afetado pela fraca procura e pelo alto custo do serviço da dívida. Setores sensíveis a tarifas e orientados para a exportação, como o das manufaturas, representam uma grande parte do valor acrescentado total, do crédito e do emprego. O vice-presidente do BCE identificou três razões principais para essas preocupações. Primeiro, os choques podem ser exacerbados por múltiplas camadas de alavancagem, seja ao nível da empresa, do fundo ou do investidor, ou por descasamentos de liquidez em alguns fundos privados abertos. Segundo, os mercados privados carecem de transparência, com práticas de avaliação opacas que levantam preocupações sobre a possibilidade de contabilização incorreta e reconhecimento tardio de perdas. Atualmente, existem desafios na execução de saídas dos mercados de private equity, o que pode indicar uma desconexão entre os valores contabilísticos e de mercado, com implicações para a confiança dos investidores e a estabilidade financeira. Em terceiro lugar, os participantes do mercado privado têm laços crescentes com bancos e seguradoras, fornecendo canais de transmissão para o sistema financeiro em geral. Para os bancos, os riscos podem surgir de exposições de empréstimos diretos ou comuns dentro desses mercados.

📝 Sobre este conteúdo Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA com base em reportagem publicada em Sapo . O texto foi modificado para melhor atender nosso público, mantendo a precisão factual. Veja o artigo original aqui.