Zona Euro em Crescimento: Défices Sob Pressão e Perspectivas Económicas Reveladas

A Zona Euro deverá apresentar um crescimento de 1,3% este ano, com uma ligeira desaceleração para 1,2% em 2026, de acordo com as últimas previsões. A inflação continuará a sua trajetória de abrandamento, enquanto o desemprego e os gastos com defesa exercem pressão sobre os défices orçamentais. França destaca-se, com um desequilíbrio nas contas públicas projetado em 5,5% do PIB. As Previsões de Outono da Comissão Europeia, divulgadas recentemente, indicam que o crescimento nos primeiros três trimestres de 2024 excedeu as expectativas iniciais. O documento aponta que, apesar de um cenário externo desafiador, a economia da UE continuou a crescer no terceiro trimestre, impulsionada em parte pelo aumento das exportações. A Comissão demonstra otimismo, prevendo uma expansão económica moderada no horizonte de previsão. O crescimento de 1,3% previsto para este ano deverá diminuir para 1,2% no próximo ano, com uma recuperação para 1,4% em 2027. A Irlanda destaca-se com um crescimento de 10,7%, impulsionado pelas multinacionais. O consumo privado, apesar da fragilidade da confiança dos consumidores no primeiro semestre, continuou a crescer. A taxa de poupança das famílias aumentou, atingindo 14,7% no primeiro trimestre e 15% no segundo, na União Europeia. O consumo privado deverá continuar a sustentar o crescimento até 2027, enquanto se espera que o consumo público perca força devido à desaceleração dos salários da Função Pública e dos consumos

intermédios. Bruxelas antecipa um mercado de trabalho resiliente, com aumento do poder de compra e condições de financiamento favoráveis, o que deve apoiar um crescimento económico moderado. O Mecanismo de Recuperação e Resiliência e outros fundos da UE estão a atenuar o impacto da consolidação orçamental em vários Estados-membros. Os países estão a implementar medidas para garantir a sua aplicação até 31 de agosto de 2026, e o seu impacto macroeconómico deverá prolongar-se. O investimento deverá recuperar, impulsionado pela construção não residencial e pelas despesas de capital em equipamento. A inflação na Zona Euro deverá manter-se próxima da meta de 2% estabelecida pelo Banco Central Europeu (BCE) ao longo do período de previsão. A estimativa para este ano é de 2,1%, diminuindo para 1,9% em 2026 e regressando a 2% em 2027. A Comissão alerta que esta estabilidade geral mascara variações entre os componentes da inflação. A inflação nos serviços e nos preços dos alimentos deverá diminuir gradualmente, enquanto a inflação na energia poderá tornar-se positiva em 2027, caso o novo Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da UE entre em vigor. Em termos de contas públicas, a Comissão prevê que o défice das administrações públicas da UE aumente de 3,1% do PIB em 2024 para 3,3% em 2025 e 2026, e 3,4% em 2027, num cenário de políticas invariantes. Na Zona Euro, o défice deverá aumentar de 3,1% do PIB em 2024 para 3,2% este ano, 3,3% em 2026 e 3,4% em 2027. Este aumento é atribuído ao aumento das despesas com defesa na UE, juntamente com o crescimento contínuo das despesas com juros e algumas quebras de receitas. Planos de ajustamento orçamental em vários Estados-membros deverão, em certa medida, compensar estes fatores que elevam os défices.

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