A segunda visita do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy à Grécia resultou em um acordo energético e um compromisso de auxiliar a Ucrânia nos esforços de reconstrução pós-guerra, além de buscar a adesão a alianças euro-atlânticas. O acordo, assinado pela DEPA e Naftogaz, prevê o fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) dos EUA para a Ucrânia, com transporte através do gasoduto que atravessa os Bálcãs, em resposta aos extensos ataques russos à infraestrutura energética ucraniana. As partes informaram que o acordo começará a ser implementado em dezembro, com Zelenskyy indicando que as entregas terão início em janeiro. Zelenskyy enfatizou que os ataques atingiram usinas, instalações de mineração e estações térmicas, ressaltando a necessidade de importações imediatas: “Os russos estão destruindo, nós estamos reconstruindo, mas isso exige tempo, esforço e equipamentos. No que diz respeito ao gás natural, as importações são necessárias para cobrir a perda de nossa própria produção.” O acordo de GNL dos EUA faz parte da nova arquitetura de fornecimento que a Grécia está moldando na região. Atenas já concordou com o primeiro fornecimento de GNL dos EUA de longo prazo para a Europa, para o período posterior a 2030, enquanto a recente decisão da UE de eliminar gradualmente o GNL russo a partir de 2027 fortalece o papel do país como um centro regional. O papel dos EUA na promoção do acordo foi sublinhado pela presença da embaixadora
dos EUA na Grécia, Kimberly Guilfoyle, na cerimônia de assinatura. Guilfoyle se encontrou com Zelenskyy na Embaixada da Ucrânia, no subúrbio de Filothei, no domingo à tarde. O primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis, ao receber o presidente ucraniano em seu gabinete, descreveu a Grécia como um “fornecedor de segurança energética” para a Ucrânia, observando que o novo acordo contribui para a independência da Europa em relação ao gás natural russo. A dimensão energética da cooperação dominou a reunião entre os dois líderes. A operação do Corredor de Energia Vertical em desenvolvimento e a conexão Alexandroupolis-Odessa foram discutidas, com o objetivo de formar um eixo estável que permitirá à Ucrânia acesso a fontes de energia diversificadas. O pacote de energia também inclui projetos promovidos por empresas gregas e ucranianas, como a cooperação entre o grupo de construção e energia GEK TERNA e a Ucranico Energy. Defesa e segurança tiveram um lugar importante na agenda da visita. A declaração conjunta assinada pelas duas partes prevê o fortalecimento da cooperação militar, com ênfase na segurança marítima e em sistemas marítimos não tripulados, onde a Ucrânia possui expertise particular. Também foi acordado o fortalecimento da cooperação em segurança cibernética e a troca de informações sobre ameaças híbridas. Zelenskyy agradeceu publicamente à Grécia, observando que o país tem apoiado a Ucrânia durante toda a invasão em larga escala russa: “Agradeço ao primeiro-ministro, sua equipe, às empresas e a todos que contribuem para a implementação de tais acordos. Obrigado, Grécia.” Ele também se referiu à reunião com o presidente da República, Konstantinos Tasoulas, durante a qual foram discutidos acordos bilaterais de energia, sanções, o uso de ativos russos congelados e a participação da comunidade empresarial grega na reconstrução do país. O presidente ucraniano descreveu este inverno como um “grande desafio” para seu país, citando os ataques diários russos com drones e mísseis. Ele enfatizou que o pacote de energia sendo implementado com a contribuição da Grécia é crucial para a estabilidade do sistema ucraniano e para atender às necessidades dos cidadãos nos próximos meses. A seguir, a declaração conjunta divulgada pela Grécia e Ucrânia: As partes sublinham a necessidade urgente de alcançar um cessar-fogo completo e incondicional como um primeiro passo para o lançamento de um processo de paz genuíno, que garanta uma paz abrangente, justa e duradoura, de acordo com os princípios da Carta das Nações Unidas. As partes enfatizam a importância de fornecer à Ucrânia garantias de segurança credíveis e fortes - que efetivamente impeçam qualquer recorrência de agressão armada - por meio do fortalecimento das Forças Armadas da Ucrânia. A Grécia reafirma seu compromisso de apoiar a Ucrânia em seu caminho irreversível em direção à plena integração euro-atlântica, incluindo sua futura adesão à União Europeia. Nesse contexto, as partes fortalecerão a cooperação na indústria de defesa, inclusive por meio de projetos conjuntos. As partes sublinham a importância da segurança energética e do fornecimento de gás natural e concordaram em aprimorar a cooperação na diversificação energética, no desenvolvimento de fontes de energia renovável e na restauração da infraestrutura energética da Ucrânia danificada por ataques russos. A Grécia expressou sua disposição de contribuir com experiência e recursos para fortalecer a resiliência energética da Ucrânia. As partes concordaram em aprofundar a cooperação em defesa com foco no aprimoramento da segurança marítima, incluindo cooperação no desenvolvimento e uso de veículos aéreos não tripulados (UAVs) marítimos, exercícios conjuntos e treinamento em sistemas marítimos não tripulados e maior troca de informações sobre ameaças marítimas. Ambas as partes reconheceram a importância da segurança cibernética e concordaram em desenvolver iniciativas conjuntas para fortalecer a proteção de infraestruturas críticas e combater ataques cibernéticos e ameaças híbridas direcionadas a ambas as nações. As partes expressaram seu compromisso compartilhado de apoiar os esforços internacionais para garantir o retorno das crianças ucranianas ilegalmente sequestradas pela Federação Russa, bem como responsabilizar os responsáveis de acordo com o direito internacional. As partes enfatizaram a necessidade de manter a pressão em várias camadas sobre a Federação Russa até que ela se retire totalmente do território ucraniano, cumpra o direito internacional e seja responsabilizada pelas violações que cometeu; e concordaram em coordenar, quando apropriado, a política de sanções para aumentar sua eficácia.
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com base em reportagem publicada em
Ekathimerini
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