Visão Restaurada? Prótese Retinal Promete Revolucionar a Medicina em Breve!

Empresa Science desenvolve implante de retina com interface cérebro-computador (BCI) que restaura a visão. CEO Max Hodak fala sobre o futuro e os avanços da engenharia neural.

Em outubro, o New England Journal of Medicine (NEJM) publicou um artigo sobre um estudo inovador que envolveu o implante de retina com interface cérebro-computador (BCI), desenvolvido pela Science. O estudo demonstrou a restauração da visão central funcional em pacientes com atrofia geográfica, causada pela degeneração macular relacionada à idade, uma das principais causas de cegueira. Max Hodak, que já trabalhou na Neuralink e foi palestrante na Web Summit deste ano, expressou a esperança de que a prótese retinal PRIMA, principal produto da empresa, seja aprovada para o mercado no próximo ano. Hodak ressaltou que, com a aprovação, a empresa poderá indicar o produto diretamente aos pacientes, em vez de apenas conduzir pesquisas clínicas. A Science é vista como líder em 'Brain Computer Interfaces' (BCI), com foco em promover um futuro promissor através da engenharia neural. Hodak explicou que as BCI são uma área de estudo e não apenas um produto, abrangendo diversos tipos de desenvolvimento. A área de BCI surgiu da neurociência, que busca entender o cérebro e seu funcionamento. A partir daí, evoluiu para a engenharia neural, com o objetivo de interagir com o cérebro para propósitos específicos, como restaurar a visão, audição ou capacidade motora. Hodak mencionou uma pesquisa da UCSF sobre o tratamento da depressão com estimulação cerebral profunda, ressaltando que isso também se enquadra nas BCI. A Science está focada em pacientes com cegueira

e tem dois programas em andamento, incluindo o PRIMA, que foi destaque na revista Time, e os resultados do ensaio clínico publicados no NEJM. Hodak acrescentou que estão trabalhando para aprimorar a tecnologia, visando atender a mais pacientes com menos incapacidade e que sejam mais jovens. A empresa também está desenvolvendo uma 'interface neural biohíbrida' que utiliza neurônios vivos para se conectar ao cérebro, minimizando danos e contornando as limitações das interfaces neurais tradicionais. O implante, nesse caso, é feito no crânio, no cérebro, utilizando células vivas para a conexão. Hodak explicou que essa tecnologia permite carregar um dispositivo com neurônios biológicos projetados, que se conectam à superfície do cérebro, formando novas ligações biológicas com diversas aplicações potenciais, incluindo o tratamento de Parkinson e epilepsia. Hodak comparou as BCI à Inteligência Artificial (IA), que tem tido um impacto maior, citando o ChatGPT como exemplo. Ele também destacou a existência de uma grande comunidade acadêmica global que trabalha em BCI, com cerca de seis ou sete empresas significativas nesse campo. Hodak enfatizou seu interesse pelo cérebro e desmistificou a ideia de que apenas 10% do cérebro é utilizado, afirmando que, na realidade, usamos quase todo o cérebro, embora apenas uma pequena parte dos neurônios esteja ativa em um determinado momento. O CEO também mencionou a participação de Marcelo na Web Summit, que ele descreveu como tendo um "contributo essencial".

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