Um dia sombrio em Wall Street, com as ações americanas em queda livre após a promessa do presidente Donald Trump de aumentar drasticamente as tarifas sobre produtos chineses. O S&P 500 registrou sua pior sessão desde abril, com uma baixa de 2,7%. O Dow Jones Industrial Average despencou 878 pontos, representando uma queda de 1,9%, e o Nasdaq Composite sofreu uma desvalorização de 3,6%.
O mercado, que demonstrava sinais de leve alta pela manhã, mudou de direção quando Trump anunciou em sua plataforma de mídia social a consideração de um "aumento massivo de tarifas" sobre importações chinesas. O presidente expressou insatisfação com as restrições impostas pela China às exportações de terras raras, materiais cruciais para a produção de eletrônicos e motores a jato.
Trump também mencionou que não via razão para se encontrar com o líder chinês, Xi Jinping, após ter concordado previamente com um encontro como parte de uma viagem à Coreia do Sul. A escalada das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo resultou em perdas generalizadas em Wall Street, com cerca de seis em cada sete ações do S&P 500 registrando quedas.
Quase todos os setores foram afetados, desde grandes empresas de tecnologia como Nvidia e Apple até pequenas empresas que buscavam superar a incerteza sobre tarifas e comércio.
A situação no mercado pode ter sido agravada pela percepção de que os preços das ações estavam inflacionados, após a alta de 35% do
S&P 500 desde abril. O índice, que influencia muitas contas 401(k), ainda está próximo de sua máxima histórica, alcançada no início da semana. Críticos argumentam que o mercado parece caro, com os preços subindo mais rápido que os lucros corporativos.
A indústria de inteligência artificial é alvo de preocupações, com pessimistas temendo uma repetição da bolha da internet de 2000. Para que as ações se tornem menos caras, os preços precisam cair ou os lucros das empresas precisam aumentar.
A Levi Strauss teve uma das maiores perdas do mercado, com queda de 12,6%, mesmo reportando um lucro trimestral maior do que o esperado pelos analistas. Sua projeção de lucro anual também se manteve dentro das estimativas de Wall Street, mas a empresa de jeans e roupas pode estar enfrentando expectativas elevadas após um período de crescimento.
No geral, o S&P 500 caiu 182,60 pontos, chegando a 6.552,51. O Dow Jones Industrial Average registrou queda de 878,82 pontos, atingindo 45.479,60, e o Nasdaq Composite perdeu 820,20 pontos, fechando em 22.204,43.
O mercado de petróleo também teve um dia agitado, com o preço do barril de petróleo bruto dos EUA caindo 4,2%, chegando a $58,90. A queda ocorreu em meio ao cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza. O fim da guerra pode reduzir as preocupações sobre interrupções no fornecimento de petróleo, que vinham mantendo o preço do petróleo mais alto.
A ameaça de tarifas de Trump pode prejudicar o comércio global e levar a economia a consumir menos combustível. O petróleo Brent, referência internacional, recuou 3,8%, para $62,73 por barril.
No mercado de títulos, o rendimento do Tesouro de 10 anos caiu para 4,05%, após 4,14% no final da quinta-feira. A queda já havia começado antes das ameaças de Trump, com um relatório da Universidade de Michigan indicando que o sentimento dos consumidores americanos permanece fraco. Joanne Hsu, diretora das pesquisas de consumidores, afirmou que "questões financeiras, como preços altos e perspectivas de emprego em declínio, continuam sendo prioridades para os consumidores".
O mercado de trabalho desacelerou tanto que o Federal Reserve cortou sua principal taxa de juros no mês passado pela primeira vez este ano. Autoridades do Fed preveem mais cortes ao longo do próximo ano para dar um respiro à economia. No entanto, o presidente Jerome Powell indicou que podem mudar de curso se a inflação permanecer alta, pois taxas de juros mais baixas podem impulsionar ainda mais a inflação.
Um sinal potencialmente positivo da pesquisa preliminar da Universidade de Michigan foi que as expectativas dos consumidores para a inflação no próximo ano diminuíram para 4,6%, em comparação com 4,7% no mês anterior. Embora ainda alta, essa tendência pode ajudar o Fed a controlar a inflação.
Em mercados de ações no exterior, os índices caíram em grande parte da Europa e da Ásia. O Hang Seng de Hong Kong caiu 1,7%, e o CAC 40 da França recuou 1,5%. A Kospi da Coreia do Sul, por outro lado, subiu 1,7% após a reabertura do mercado após um feriado.
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Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
Economictimes
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