Quando Donald Trump escolheu a Arábia Saudita como destino de sua primeira viagem ao exterior em maio de 2025, o reino o recebeu com pompa e promessas de investimentos e acordos militares que somavam centenas de bilhões de dólares. Os dois líderes restabeleceram relações fortes, após um período de tensões durante a administração Biden, e avançaram em seus interesses mútuos, posicionando-se como mediadores de paz em uma tentativa de remodelar o equilíbrio de poder no Oriente Médio. Os Estados Unidos consideram a Arábia Saudita um parceiro confiável em uma região marcada pela instabilidade. Esses esforços ajudaram Trump a fortalecer sua imagem como o líder capaz de acabar com conflitos globais. Agora, ao se preparar para receber o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman na Casa Branca, o reino espera compromissos dos EUA que apoiem sua agenda regional e doméstica. A Arábia Saudita conta com os EUA para desenvolver energia nuclear e fortalecer suas capacidades militares. O reino tem ambições na área de inteligência artificial e está diversificando suas parcerias com países como a China em tecnologia, energia e infraestrutura.
"A Arábia Saudita ofereceu muito durante a visita de Trump. O reino também tem muitas alternativas, mas não quer abrir mão do parceiro estratégico, os Estados Unidos", disse Saad Abdullah al-Hamed, analista de Assuntos Internacionais Sauditas, à Newsweek. Estes são os principais assuntos a serem observados durante a
próxima reunião:
**Acordos de Abraão**
Trump recentemente se opôs à posição do príncipe herdeiro de não assinar um acordo dos Acordos de Abraão sem uma solução de dois Estados para a questão Israel/Palestina. "Não. Acho que ele vai aderir. Acho que teremos uma solução. Não sei se serão dois Estados. Isso dependerá de Israel e de outras pessoas, e de mim", disse ele ao programa 60 Minutes da CBS no início deste mês. Conseguir que a Arábia Saudita assine os Acordos de Abraão seria uma vitória para os EUA em termos de relações Israel-árabes e na união de aliados do Oriente Médio contra as ambições nucleares e a influência regional do Irã. O reino tem se frustrado cada vez mais com as ações do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Gaza e na Cisjordânia, e avançou esforços para o reconhecimento de um Estado palestino. No entanto, a Arábia Saudita dificilmente participará dos planos de Trump de estabelecer uma força internacional na Faixa de Gaza. "Só poderia implantar forças como parte de uma coalizão de manutenção da paz da ONU", disse al-Hamed. À medida que as negociações sobre os planos de paz em Gaza continuam a tomar forma, a reunião dos líderes é uma oportunidade para aproximar os pontos de vista, acrescentou.
**Acordo de Defesa**
A ação israelense em Doha em setembro levantou alarmes sobre as relações EUA-Oriente Médio. Trump expressou insatisfação, pelo menos publicamente, com Israel levando sua guerra contra o Hamas para o coração de um parceiro árabe fundamental. A Arábia Saudita busca garantir um acordo semelhante ao pacto de defesa EUA-Catar que se seguiu ao ataque em princípio, mas está abordando o modelo com mais cautela. Isso ocorre porque o acordo é baseado em uma ordem executiva de Trump, prometendo proteção militar dos EUA ao Catar em caso de ataque externo, mas depende da aprovação do Senado. "Acho que o que os sauditas vão querer é algo mais permanente, algo que perdure após esta administração", disse Michael Ratney, ex-embaixador dos EUA na Arábia Saudita, em uma discussão sobre a próxima reunião no Center for Strategic and International Studies (CSIS) em novembro. No entanto, os críticos destacam ganhos pouco claros e não garantidos para os EUA, como afastar a Arábia Saudita da China ou assinar os Acordos de Abraão, e os riscos de os EUA serem arrastados para mais conflitos no Oriente Médio. A administração Trump aprovou uma potencial aprovação de acordo sobre a solicitação da Arábia Saudita por caças F-35, com a venda proposta passando, segundo relatos, por um obstáculo chave do Pentágono. Se confirmado, a notícia tem implicações significativas para as vendas de armas no Oriente Médio. Israel é o único país da região a possuir a aeronave de combate furtiva, apoiada pela política de Vantagem Militar Qualitativa de Washington. O reino solicitou até 48 jatos F‑35 à medida que intensifica sua militarização. A Arábia Saudita se tornou recentemente a maior compradora militar da região, de acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI). "A Arábia Saudita vê extrema importância em adquirir esses jatos para fortalecer sua defesa e equilibrar o poder na região, seja em relação ao Irã, aos Houthis apoiados pelo Irã ou mesmo a Israel", disse al-Hamed.
**Inteligência Artificial**
A Arábia Saudita está fazendo investimentos significativos em inteligência artificial como parte de sua Visão 2030 para diversificar sua economia...
📝 Sobre este conteúdo
Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA
com base em reportagem publicada em
Newsweek
. O texto foi modificado para melhor atender nosso público, mantendo a precisão
factual.
Veja o artigo original aqui.
0 Comentários
Entre para comentar
Use sua conta Google para participar da discussão.
Política de Privacidade
Carregando comentários...
Escolha seus interesses
Receba notificações personalizadas