O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chegou a Washington na quinta-feira, antes de sua reunião na Casa Branca com o presidente Donald Trump na sexta-feira, enquanto o líder dos EUA sinaliza um novo esforço para acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia. A cúpula ocorre enquanto Trump se prepara para outro encontro com o presidente russo, Vladimir Putin, que ele disse que acontecerá "em breve" em Budapeste, Hungria, após o que ele descreveu como uma conversa telefônica "ótima" com o líder russo na quinta-feira. Os dois se encontraram pela última vez no Alasca em agosto, mas suas conversas não produziram um avanço. Antes da cúpula Trump-Putin, autoridades dos EUA lideradas pelo Secretário de Estado Marco Rubio devem se encontrar com representantes russos na próxima semana. O local da reunião não foi anunciado. A ligação de Trump com Putin ocorreu antes de suas conversas com Zelensky, que está pressionando Washington a aprovar a venda de mísseis de cruzeiro Tomahawk de longo alcance que permitiriam à Ucrânia atacar mais profundamente o território russo. Zelensky argumenta que tal capacidade fortaleceria a posição da Ucrânia em potenciais negociações para acabar com a guerra, que está se aproximando de seu quinto ano. "Se esta guerra não for resolvida, eu posso enviar Tomahawk", disse Trump a repórteres que viajavam com ele para Israel no domingo. "Tomahawk é uma arma incrível, e a Rússia não precisa dela. Se não houver um acordo para
acabar com a guerra, eu posso fazer isso. Talvez não. Mas talvez sim." Trump, animado pelo que ele chama de seu sucesso em negociar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, diz que seu próximo objetivo de política externa é acabar com o conflito na Ucrânia. O fim das guerras na Ucrânia e em Gaza tem sido central em sua agenda de segundo mandato e um elemento-chave de sua campanha de 2024, na qual ele criticou o presidente Joe Biden por sua gestão de ambos os conflitos. "Primeiro, temos que resolver a Rússia", disse Trump na noite de quarta-feira em um evento na Casa Branca, voltando-se para seu enviado especial Steve Witkoff. "Se não se importar, Steve, vamos nos concentrar na Rússia primeiro." Tomahawks em discussão Zelensky e Trump se encontram na sexta-feira para sua quarta discussão pessoal este ano. Trump disse que está "avaliando" a venda de mísseis Tomahawk para Kiev, apesar do aviso de Putin de que tal ação cruzaria uma "linha vermelha" e prejudicaria ainda mais as relações entre Moscou e Washington. "Ele gostaria de ter Tomahawks", disse Trump sobre Zelensky na terça-feira. "Nós temos muitos Tomahawks." Cada míssil Tomahawk, construído pela gigante de defesa dos EUA Raytheon, custa cerca de US$ 1,3 milhão e tem um alcance de aproximadamente 1.600 quilômetros (995 milhas) — muito além do arsenal atual da Ucrânia, que inclui foguetes HIMARS fabricados nos EUA e mísseis Storm Shadow da Grã-Bretanha com alcances entre 250 e 320 quilômetros. O Tomahawk pode ser lançado de navios, submarinos ou sistemas terrestres e é capaz de mudar de curso em pleno voo para atingir alvos em movimento com alta precisão. Analistas de defesa dizem que entregar Tomahawks à Ucrânia seria uma decisão política e militar. Mark Montgomery, da Foundation for Defense of Democracies, disse que a ação faria uma declaração, mas poderia levar anos para ser implementada. Ele observou que a Ucrânia poderia se beneficiar mais imediatamente de um suprimento maior de mísseis Extended Range Attack Munition (ERAM) e Army Tactical Missile Systems (ATACMS). "Fornecer Tomahawks é tanto uma decisão política quanto uma decisão militar", disse Montgomery. "O ERAM tem um alcance menor, mas pode ajudar a Ucrânia a pressionar a Rússia operacionalmente — sua logística, comando e controle e implantações de tropas a várias centenas de quilômetros da frente." Avisos do Kremlin e esperanças ucranianas Moscou avisou que fornecer Tomahawks a Kiev marcaria uma grande escalada. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia está "profundamente preocupada" com a possibilidade, chamando-a de um "momento dramático em meio às crescentes tensões entre todos os lados". Ele também lembrou o público ocidental de que o Tomahawk é capaz de transportar uma ogiva nuclear. O ex-presidente russo Dmitry Medvedev disse que a transferência dos mísseis teria "consequências perigosas", embora tenha expressado esperança de que a ameaça de Trump fosse "outra vazia". Zelensky, por sua vez, disse que os mísseis poderiam fazer parte de um "mega-acordo" mais amplo, no qual a Ucrânia compraria até US$ 90 bilhões em armamentos dos EUA. Mykhailo Podolyak, um dos principais assessores de Zelensky, escreveu no X que a estratégia de Kiev em Washington é "aumentar o custo da guerra" para a Rússia. "Queremos a paz", disse ele, "e, portanto, devemos projetar poder no coração da Rússia." Na preparação para a cúpula de sexta-feira, uma delegação ucraniana se reuniu em Washington com empresas de defesa dos EUA — incluindo a Raytheon — para discutir a expansão da cooperação em armas. Ataques se intensificam em ambos os lados As últimas conversas ocorrem enquanto Rússia e Ucrânia continuam a atacar a infraestrutura de energia um do outro. Kiev disse na quinta-feira que Moscou lançou uma barragem noturna de 320 drones e 37 mísseis, dos quais a Ucrânia interceptou 283 drones e cinco mísseis. Quedas de energia foram relatadas em oito regiões, incluindo a capital, e instalações de gás na região de Poltava sofreram danos significativos. A Ucrânia retaliou com ataques intensificados de drones e mísseis contra instalações de energia russas, contribuindo para uma forte queda nas exportações de petróleo russas, que a Bloomberg informou esta semana terem caído para 1,88 milhão de barris por dia — o menor desde o início de 2022. Trump tem instado a Índia e a China a interromper as compras de petróleo russo, que ajudam a financiar o esforço de guerra de Moscou. Na quarta-feira, ele afirmou que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, concordou em parar de comprar petróleo bruto russo, embora Nova Deli não tenha confirmado a declaração. Sinais de nova pressão por sanções dos EUA Espera-se que Zelensky pressione Trump a impor novas sanções à economia russa, uma medida que o presidente até agora resistiu. O Congresso está avaliando uma legislação que imporia tarifas pesadas sobre países que compram energia russa, parte de um esforço bipartidário liderado pelos senadores Lindsey Graham, R-S.C., e Richard Blumenthal, D-Conn. Embora Trump não tenha endossado formalmente o projeto de lei, autoridades da administração têm revisado sua linguagem — sinalizando o crescente interesse da Casa Branca na medida. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que o governo quer maior participação europeia antes de tomar medidas adicionais. "Tudo o que ouço dos europeus é que Putin está vindo para Varsóvia", disse Bessent. "Há muito poucas coisas sobre as quais tenho certeza. Tenho certeza de que ele não está vindo para Boston. Então, responderemos — se nossos parceiros europeus se juntarem a nós."
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com base em reportagem publicada em
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