Sudão em Chamas: Massacre e Êxodo em Darfur Chocam o Mundo!

Violência étnica atinge níveis alarmantes em Al Fasher, com relatos de assassinatos, estupros e 90 mil refugiados. Entenda a crise e seus desdobramentos.

A cidade de Al Fasher, no oeste do Sudão, tem sido palco de crescentes relatos de atrocidades desde que as Forças de Apoio Rápido (RSF) assumiram o controle, há pouco mais de duas semanas. A região de Darfur, em particular, tem sofrido com massacres, violência étnica, sequestros e agressões sexuais, gerando um êxodo em massa. Testemunhas relatam que pessoas estão sendo alvejadas por sua etnia. A guerra entre as RSF e as Forças Armadas Sudanesas (SAF) começou em abril de 2022, devido à relutância do líder das RSF, Mohammed Hamdan Daglo, em integrar suas forças paramilitares às SAF. As RSF surgiram do grupo Janjaweed, fundado em 2019, responsável por inúmeras violações de direitos humanos no conflito de Darfur. Especialistas, como Hager Ali, do Instituto Alemão de Estudos Globais e Regionais (Giga), destacam que a brutalidade atingiu um novo nível. A violência das RSF se intensificou, ameaçando qualquer pessoa que não as apoie. Estima-se que 90 mil pessoas fugiram de Al Fasher nos últimos dias, conforme relatado por Kelly Clements, alta comissária adjunta da Agência da ONU para Refugiados (Acnur). A maioria dos refugiados que chegam ao Chade são mulheres e crianças, muitas vítimas de violência sexual. Ali explica que as RSF buscam demonstrar força após a derrota em Cartum, visando o controle de Darfur e enviando uma mensagem intimidatória às SAF. Além disso, a disputa envolve recursos como ouro e goma arábica, com relatos de exportação

ilegal por parte das RSF, que financiam suas operações. Evidências de prisões em massa e assassinatos em Al Fasher foram encontradas pelo Laboratório de Pesquisa Humanitária (HRL) da Escola de Saúde Pública de Yale, que identificou corpos em diversos locais. A ONG Centre for Information Resilience (CIR) também divulgou imagens de prisões e assassinatos em massa, além de registrar casos de violência sexual. A organização Sudan War Monitor alertou, em setembro, sobre a escalada da violência, incluindo um ataque a uma mesquita, levantando temores de limpeza demográfica. Esforços de paz estão em andamento, com o ministro do Exterior do Egito, Badr Abdelatty, reunindo-se com o chefe das SAF. Um plano de cessar-fogo humanitário, proposto pelos EUA, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, está sendo discutido. As RSF concordaram com o cessar-fogo, mas as SAF impõem condições para sua aceitação. Especialistas como Ali questionam a eficácia das intervenções internacionais, sugerindo que medidas militares, como zonas de segurança e escoltas armadas, seriam necessárias para proteger a população. Sanções e embargos são importantes, mas demoram a surtir efeito, e o envio de forças de paz depende do Conselho de Segurança da ONU, onde a Rússia pode exercer seu poder de veto.

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