Skylanders Acabou? A Triste História da Franquia que Misturou Games e Brinquedos

Em 2011, a Activision e a Toys for Bob, na tentativa de reviver a franquia Spyro, lançaram Skylanders: Spyro’s Adventure. A ideia de misturar videogames com brinquedos era inovadora. O jogo vinha com uma base que se conectava via USB aos consoles. Ao colocar um boneco da linha na base, o chip NFC ativava o personagem no jogo. Para uma melhor experiência, colecionar os bonecos era essencial, já que cada um tinha um elemento e era preciso ter de todos para avançar. Além do jogo, o público precisava comprar os bonecos colecionáveis. Mesmo com os custos extras, o carisma de Spyro e dos personagens fez da franquia um sucesso. Mas, de repente, Skylanders desapareceu. O Canaltech investigou o que aconteceu com a franquia da Activision. Em 1998, a Insomniac Games lançou Spyro the Dragon para PlayStation, que seguia o sucesso de Crash Bandicoot. A franquia fez história, mas a geração PS2 não foi generosa com o herói. A troca de estúdios, mudança de tom e outros problemas geraram uma distância do público. Em 2008, houve uma “pausa forçada” com The Legend of Spyro: Dawn of the Dragon. A Activision resolveu reimaginar o personagem, que estaria ao lado de outros em Skylanders: Spyro’s Adventure. Usar as figuras NFC era o diferencial, permitindo que crianças colecionassem os bonecos e jogassem com eles nos consoles e PC. Na trama, os personagens se uniam para restaurar o Núcleo da Luz, destruído pelo vilão Kaos. Para isso, 32 Skylanders (4 para cada um dos 8 elementos)

entravam na jornada para coletar a Fonte Eterna de cada energia. O jogo abriu as portas para a Activision investir em sequências. Cada pessoa que comprava o jogo, acabava comprando de 4 a 5 bonecos extras. Um ano depois, a Activision anunciou Skylanders Giants, que trazia figuras maiores. A retrocompatibilidade permitia que o público usasse os bonecos antigos, mas não gerou bons resultados financeiros. A estratégia da Activision foi arriscada. O primeiro passo foi lançar jogos anuais, impulsionando os jogadores a comprar novos bonecos. Em Skylanders: Swap Force (2013), os jogadores podiam trocar partes das figuras. Em Skylanders: Trap Team (2014), havia armadilhas para capturar inimigos. Em SuperChargers (2015), surgiram veículos e um modo multiplayer à la Mario Kart. Em Skylanders: Imaginators (2016), os jogadores podiam criar seus próprios personagens. O problema era que, além de comprar um jogo por ano, os pais tinham que investir em muitos bonecos. O investimento anual se tornou alto demais, e os consumidores deixaram de acompanhar a franquia. A Activision tentou expandir o universo Skylanders para outras mídias. Houve uma série de jogos mobile, animações e HQs. A série animada Skylanders Academy foi exibida pela Netflix até a 3ª temporada, sendo cancelada em 2019. O último lançamento foi o jogo mobile Ring of Heroes (2018), que teve seus servidores desativados em 2022. Bobby Kotick, ex-CEO da Activision, revelou em 2022 que a Microsoft tinha interesse em reviver algumas franquias, incluindo Skylanders. No entanto, nenhum novo projeto foi revelado. Skylanders inspirou outros jogos, como Disney Infinity (2013) e Starlink: Battle for Atlas (2018). A Disney Infinity durou até Disney Infinity 3.0 (2015), mas foi abandonada. A Ubisoft chegou tarde com Starlink, que permitia comprar naves espaciais. A Activision veio com Spyro: The Reignited Trilogy, a remasterização dos três jogos originais. Após o lançamento da trilogia, foi formado um movimento online para a produção de novos jogos exclusivos do personagem. A Microsoft comprou a produtora. A Nintendo continua a trabalhar com figuras NFC através dos Amiibo. A franquia Skylanders se tornou marcante nos anos 2010. A Activision e a Microsoft, que detêm a marca, têm a responsabilidade de dar continuidade ao universo dos personagens. A produtora precisa encontrar um modo que atenda os fãs e que não prejudique o público, mantendo as figuras NFC.

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