A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, foi o foco de uma análise no Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes. Em entrevista, o economista Fernando Agra, doutor em Economia pela Universidade Federal de Viçosa, argumentou que a combinação de gastos públicos descontrolados e uma inflação impulsionada por custos dificulta a redução dos juros no Brasil. O especialista considera que o país está utilizando um "remédio muito amargo" para combater a alta de preços, que possui raízes estruturais e não apenas conjunturais. Com a Selic em 15% e a inflação acumulada (IPCA) em 5,17%, a taxa de juros real do Brasil atinge 9,35% ao ano, ficando atrás apenas da Turquia (9,74%).
A alta taxa de juros visa controlar a inflação, mas age principalmente sobre a inflação de demanda, enquanto o Brasil enfrenta uma inflação de custos, segundo Agra. Ele ressalta que o aumento da taxa de juros não impactará diretamente os custos de energia, combustíveis ou alimentos.
Agra aponta que o Brasil utiliza a política de juros como uma solução de curto prazo há anos, mesmo diante de um problema inflacionário estrutural. Ele destaca a capacidade produtiva limitada do país, o chamado "PIB potencial". Quando a economia se aproxima do limite, a pressão sobre os preços aumenta, levando ao aumento da Selic, que, por sua vez, freia o crescimento, resultando em um ciclo de estagnação.
O jornalista Claudio
Selic em 15%: Juros Altíssimos e Dívida Bilionária! Entenda o Impacto na Sua Vida
Economista explica por que a Selic travada em 15% e a alta inflação de custos impedem a queda dos juros, com o Brasil tendo a segunda maior taxa real do mundo.
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