Em meio a um cenário político turbulento, os Estados Unidos se preparam para um dia de protestos massivos contra o ex-presidente Donald Trump. As manifestações, programadas para ocorrer em mais de 2.600 cidades, marcam a terceira grande mobilização desde o retorno de Trump à Casa Branca, e a expectativa é de que esta seja a maior até o momento. O evento principal está agendado para a capital do país, Washington D.C., e contará com a participação de cidadãos de diversas comunidades americanas. Os protestos, que levam o nome de "No Kings" (Sem Reis), são uma resposta direta às políticas e ao estilo de governança de Trump, que o Partido Republicano tem rotulado como demonstrações de "ódio à América".
A crescente onda de protestos ocorre em um momento de impasse político, com a paralisação do governo federal afetando programas e serviços essenciais. Essa situação não apenas prejudica a administração pública, mas também coloca à prova o equilíbrio de poder entre os diferentes ramos do governo, especialmente diante das ações enérgicas de Trump que confrontam o Congresso e os tribunais. O próprio Trump estará ausente de Washington durante os protestos, em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida.
Em uma entrevista à Fox News, Trump comentou sobre as críticas, rejeitando a ideia de ser comparado a um rei. Ele afirmou: "Eles dizem que estão se referindo a mim como um rei. Eu não sou um rei". Paralelamente, Trump participará de um evento
de arrecadação de fundos do super PAC MAGA Inc. em Mar-a-Lago, com protestos previstos nas proximidades.
Os organizadores dos protestos afirmam que, ao contrário das manifestações anteriores, esta busca construir um movimento de oposição mais unificado. Líderes democratas proeminentes, como Chuck Schumer e Bernie Sanders, estão se juntando aos protestos, vendo-os como uma forma de combater as ações de Trump, que incluem medidas contra a liberdade de expressão e políticas de imigração controversas. Ezra Levin, cofundador do Indivisible, um dos principais organizadores, enfatizou a importância do movimento popular: "Não há ameaça maior para um regime autoritário do que o poder do povo patriótico".
Enquanto os republicanos e a Casa Branca tentam desqualificar os protestos, Levin relata um crescimento no número de participantes inscritos. Mais de 2.600 manifestações estão planejadas em todo o país, com a participação de centenas de parceiros de coalizão. A estimativa é que a maioria dos americanos terá acesso a uma manifestação em um raio de uma hora de carro.
Além das manifestações nos EUA, protestos também foram organizados em outras cidades ao redor do mundo. Em Madri, centenas de americanos se reuniram para expressar suas opiniões, e manifestações semelhantes estão sendo planejadas em outras grandes cidades europeias.
Os republicanos têm tentado retratar os participantes das manifestações como estando fora do espectro político americano, e culpam-nos pela prolongada paralisação do governo, que já dura 18 dias. Líderes do Partido Republicano, tanto da Casa Branca quanto do Capitólio, têm criticado os manifestantes, rotulando-os como "comunistas" e "marxistas". Eles também acusam os líderes democratas, como Schumer, de estarem alinhados com a extrema esquerda e de usarem a paralisação do governo para atender a esses grupos.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, criticou os protestos, descrevendo-os como "manifestação Ódio à América". Os democratas, por sua vez, têm se recusado a aprovar qualquer legislação que reabra o governo enquanto não houver financiamento para cuidados de saúde. Os republicanos afirmam estar dispostos a discutir a questão após a reabertura do governo. Para muitos democratas, a paralisação é também uma forma de confrontar Trump e restaurar o equilíbrio de poder no sistema político americano.
Bernie Sanders, em uma publicação no Facebook, descreveu o evento como "uma manifestação de amor à América", destacando o apoio de milhões de pessoas à Constituição e à liberdade americana. Ele acusou a liderança republicana de tentar transformar o país em uma "sociedade autoritária".
A situação representa uma mudança significativa em relação a seis meses atrás, quando os democratas e seus aliados estavam divididos e incertos sobre como responder ao retorno de Trump. Schumer, em particular, enfrentou críticas dentro de seu partido por permitir que uma legislação de financiamento do governo anterior fosse aprovada sem usá-la para desafiar Trump.
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