Em uma cerimônia comovente na Catedral da Sé, em São Paulo, que celebrou os 50 anos do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, a presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha, fez um pedido de perdão histórico. O evento inter-religioso, organizado pela Comissão Arns e pelo Instituto Vladimir Herzog, relembrou a morte de Herzog, ocorrida nas dependências do DOI-CODI durante o regime militar. Maria Elizabeth expressou seu arrependimento pelos erros cometidos pela Justiça Militar Federal, que prejudicaram a democracia e favoreceram o regime autoritário. Sua declaração, marcada por emoção, foi recebida com aplausos de pé pelo público presente. A cerimônia replicou o ato de 1975, que reuniu milhares de pessoas em protesto silencioso contra a ditadura, tornando-se um símbolo de resistência. Em 25 de outubro de 1975, Herzog se apresentou ao DOI-CODI para prestar esclarecimentos sobre seu trabalho. Horas depois, foi encontrado morto. O regime militar divulgou a versão de suicídio, mas fotos e perícias comprovaram que Herzog foi assassinado.