O físico britânico John Clarke, laureado com o Prêmio Nobel de Física, expressou preocupação com as recentes mudanças na política científica e de saúde dos Estados Unidos, promovidas pelo presidente Donald Trump. Clarke, que também é professor da Universidade de Berkeley, na Califórnia, criticou as demissões em massa de cientistas e os cortes nos orçamentos de pesquisa, afirmando que essas medidas podem "paralisar" grande parte da pesquisa científica no país. Em entrevista, Clarke relatou conhecer pessoas que já sofreram cortes significativos em seus financiamentos, e previu que a situação, caso persista, poderá ser "desastrosa". Ele estimou que levaria até uma década para a pesquisa científica americana se recuperar e voltar ao nível anterior, caso a atual administração deixe o poder. O cientista descreveu a situação como um "enorme problema", que foge de qualquer compreensão. Clarke, que compartilhou o prêmio Nobel com Michel Devoret e John Martinis, recordou o momento em que recebeu a notícia da premiação. Ele relatou ter achado que se tratava de um trote, mas a realidade logo se confirmou. O físico, que trabalhou com seus colegas em Berkeley nos anos 1980, destacou a importância dos recursos disponíveis na época para a realização de suas pesquisas.