Horror em El Salvador: Venezuelanos Deportados Sofrem Tortura e Abuso em Prisão, Revela HRW

Relatório da HRW denuncia espancamentos, violência sexual e condições desumanas sofridas por venezuelanos deportados dos EUA para uma prisão em El Salvador. Saiba os detalhes chocantes!

A Human Rights Watch (HRW) divulgou um relatório na quarta-feira, 12 de junho, detalhando as torturas sistemáticas sofridas por 252 venezuelanos enviados pelos Estados Unidos para uma prisão em El Salvador entre março e abril deste ano. A investigação de oito meses, baseada em cerca de 200 depoimentos, incluindo 40 de detentos e outras fontes, revelou espancamentos, violência sexual e nudez forçada. O documento, elaborado em colaboração com a ONG centro-americana Cristosal, também menciona casos de desaparecimento forçado. Quase metade dos deportados não possuía antecedentes criminais nos EUA. As violações, conforme o relatório, começaram no momento da deportação. A maioria dos migrantes foi expulsa dos EUA em 15 de março, quando o governo de Donald Trump enviou 224 venezuelanos ao Cecot (Centro de Confinamento do Terrorismo), uma prisão de segurança máxima do governo de Nayib Bukele, em El Salvador. A justificativa era a suposta ligação dos deportados com a gangue Tren de Aragua. Desses, 137 foram deportados sob a Lei de Inimigos Estrangeiros dos EUA, uma legislação de 1798 que raramente foi utilizada. Para justificar a aplicação da lei, o governo Trump alegou que a gangue venezuelana formava um "Estado criminoso híbrido". A HRW criticou os critérios usados para identificar os "inimigos estrangeiros", afirmando que o guia do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) incentivava a atribuição de pontos com base em indicadores questionáveis

de associação ao Tren de Aragua. Dados do governo analisados pela ONG mostraram que apenas 3,2% dos venezuelanos enviados para El Salvador haviam sido condenados nos EUA por crimes violentos, e 48,8% não tinham antecedentes criminais. Juan Pappier, diretor adjunto para as Américas da HRW, afirmou que o caso liga os EUA à tortura sistemática pela primeira vez desde a Guerra ao Terror, e que práticas como a deportação para um "terceiro país" aumentaram durante o governo Trump. O relatório aponta que pelo menos três dos 252 venezuelanos foram vítimas de violência sexual. Um deles, identificado como Mario J., relatou ter sido agredido em uma cela de isolamento após um exame médico. Dos 40 detentos entrevistados pela HRW, 32 relataram espancamentos. Daniel B. disse ter sido agredido após reclamar das condições da prisão para a Cruz Vermelha. Os relatos de violência não deveriam surpreender o governo americano, uma vez que El Salvador está sob estado de exceção desde março de 2022, com inúmeros casos de desaparecimento e tortura, especialmente no Cecot. Pappier ressaltou que os venezuelanos não foram apresentados a nenhum juiz e que os pedidos de habeas corpus foram ignorados. Os 252 migrantes foram enviados à Venezuela em julho, após um acordo entre Bukele e o ditador Nicolás Maduro, em troca da libertação de dez cidadãos americanos detidos na Venezuela. Pappier expressou preocupação com a segurança dos deportados, alguns dos quais fugiam da perseguição do regime de Maduro e poderiam estar em risco de perseguição.

📝 Sobre este conteúdo Esta matéria foi adaptada e reescrita pela equipe editorial do TudoAquiUSA com base em reportagem publicada em Folha . O texto foi modificado para melhor atender nosso público, mantendo a precisão factual. Veja o artigo original aqui.