A criação do Escritório de Combate ao Crime Organizado, anunciada logo após uma grande operação no Complexo do Alemão, não convenceu totalmente. A iniciativa, que partiu de uma parceria entre o governo federal e o governo do Rio de Janeiro, liderado por Cláudio Castro (PL), foi recebida com desconfiança. De acordo com Lauro Jardim, fontes internas do PT afirmaram que a ação tem mais um caráter simbólico do que prático. Um membro do partido, que preferiu não se identificar, resumiu a percepção geral: a medida seria apenas para agradar a opinião pública. Nos bastidores, tanto aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto da gestão de Castro reconhecem a falta de confiança entre as equipes, o que pode dificultar a colaboração operacional. Apesar do ceticismo, o governo federal planeja uma estratégia de médio prazo, focada em investigações estruturadas. A ideia é replicar no Rio a Operação Carbono Oculto, realizada em agosto pela Polícia Federal e pela Receita Federal, que visou o Primeiro Comando da Capital (PCC) e suas operações de lavagem de dinheiro. Enquanto isso, o governo fluminense pretende manter sua estratégia de segurança, baseada em operações de confronto direto nas comunidades controladas por facções criminosas e milícias.