Do Fla ao Flu: A Incrível História de Doval, o Argentino que Conquistou o Rio e Antecipou Rossi!

Doval, ídolo de Flamengo e Fluminense, se naturalizou brasileiro e fez história nos gramados cariocas, inspirando outros argentinos como Rossi e Conca.

O goleiro Agustín Rossi, do Flamengo, iniciou em 2025 o processo para obter a cidadania brasileira. Antes dele, em 2010, o meia Darío Conca, do Fluminense, entrou no radar da seleção brasileira caso conseguisse se naturalizar, mas a convocação nunca aconteceu. Rossi e Conca, ambos argentinos, conquistaram o carinho das torcidas cariocas, mas foram precedidos por Doval, outro jogador argentino que brilhou por Fla e Flu, adaptando-se tanto ao Rio de Janeiro que também almejou a cidadania brasileira. Nascido em Buenos Aires em 4 de janeiro de 1944, Narciso Doval começou sua carreira no San Lorenzo, estreando como profissional aos 18 anos e logo se destacando. Em 1967, recebeu suas primeiras chances na seleção argentina. No entanto, sua trajetória na seleção foi breve: no mesmo ano, foi afastado pela AFA após um incidente com uma aeromoça durante um voo. Segundo Doval, foi uma brincadeira que resultou em suspensão. Em 1969, Doval chegou ao Flamengo a pedido de Tim, então treinador, que já o conhecia do San Lorenzo. O clube argentino, cansado de seu comportamento indisciplinado, vendeu o atacante por US$ 100 mil. Doval rapidamente se tornou um sucesso no Fla, inclusive entre as torcedoras. Ele mesmo afirmava ter charme. Sua relação com o treinador Yustrich não foi boa. O técnico, conhecido por sua rigidez, não tolerava o estilo de Doval, que acabou sendo emprestado ao Huracán em 1971. Doval admitiu que no início não se cuidou muito, buscando amigos e festas

, mas a situação piorou com Yustrich. Em 1972, Doval retornou ao Flamengo, desta vez sob o comando de Zagallo, que lhe deu uma nova chance. Doval se reabilitou, passou a se dedicar e convenceu. Deixou de ser conhecido como 'El Loco' e virou 'O Gringo'. Foi artilheiro do Campeonato Carioca, com 16 gols, incluindo o gol na vitória sobre o Fluminense na final. Em 1973, Doval recebeu o título de Cidadão Honorário do Rio de Janeiro. Em 1974, revelou sua intenção de se naturalizar brasileiro, concretizando o desejo em 1976. Doval deixou o Fla no final de 1975, com 263 jogos e 94 gols, além de títulos importantes. Sua saída foi marcada por uma negociação histórica, envolvendo três jogadores do Flamengo e três do Fluminense. No Fluminense, Doval teve 143 jogos e 69 gols. Em 26 de fevereiro de 1976, a polícia apreendeu seis caixas de lança-perfume em seu apartamento, mas Doval foi inocentado em 1978. Em campo, sua passagem pelo Flu foi mais tranquila, com o título do Campeonato Carioca de 1976, onde Doval foi artilheiro com 20 gols. Após o Flu, Doval encerrou a carreira no San Lorenzo em 1979, e jogou nos Estados Unidos em 1980. Após se aposentar, dividiu seu tempo entre Buenos Aires e Rio de Janeiro. No Rio, manteve laços com o Flamengo e com a praia. Doval foi um dos principais companheiros de ataque de Zico. Em 12 de outubro de 1991, Doval morreu em Buenos Aires, aos 47 anos, vítima de um infarto. Foi homenageado em diversas missas no Rio de Janeiro, demonstrando o carinho e respeito que conquistou no futebol brasileiro.

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