Os angolanos expressam frustração com promessas não cumpridas, 50 anos após a independência, impulsionados pelo aumento dos preços dos combustíveis, resultado da tentativa do governo de reduzir subsídios. Os protestos se espalharam rapidamente pelo país. Daniel Tjarks, pesquisador da Universidade de Sarre, Alemanha, aponta que a situação reflete as más condições econômicas e o crescente descontentamento com as expectativas frustradas de mudança sob o governo de João Lourenço. Após 38 anos de governo de José Eduardo dos Santos, a posse de Lourenço em 2017 trouxe esperança, mas os sonhos foram destruídos. Uma promessa quebrada passou despercebida quando o parlamento angolano encerrou o ano legislativo, duas semanas após os protestos. Enquanto os deputados se preparam para as eleições de 2027, nada foi mencionado sobre as eleições locais prometidas. Nos últimos 15 anos, os angolanos se acostumaram com atrasos na realização das eleições locais, um pilar para um país mais democrático. Em 2010, o MPLA, partido no poder, reafirmou o compromisso com as eleições locais na Constituição. A promessa de descentralização atraiu a sociedade civil, mas a desilusão veio com atrasos e justificativas como infraestruturas insuficientes e a pandemia de Covid-19. Tjarks concluiu que o governo angolano não tem interesse em estabelecer as autarquias. A transformação demográfica e de filiação partidária afastou o MPLA do eleitorado urbano, antes seu principal
Angola em Crise: Promessas Quebradas e o Descontentamento Popular 50 Anos Após a Independência
Atrasos nas eleições locais e a crescente insatisfação com o governo de João Lourenço alimentam protestos e questionamentos sobre o futuro da democracia em Angola.
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