Anuncie Aqui
Empregos, notícias e oportunidades você encontra tudo aqui

Ana Maria Gonçalves na ABL: Uma Rachadura Histórica que Reconfigura o Brasil

A chegada de Ana Maria Gonçalves à Academia Brasileira de Letras é um divisor de águas. Uma nova era se inicia, confrontando o passado e abrindo portas para a diversidade.
Ana Maria Gonçalves na ABL: Uma Rachadura Histórica que Reconfigura o Brasil
A eleição de Ana Maria Gonçalves para a Academia Brasileira de Letras (ABL) transcende um simples acontecimento. É um espelho que reflete a imagem que a instituição tentou evitar por 128 anos. A primeira mulher negra entre os imortais representa mais do que inclusão; simboliza um confronto direto com a história. A pergunta central é: o que realmente muda quando uma instituição construída sobre bases coloniais abre uma janela para o futuro? A escolha de Ana Maria não é um ato de bondade, mas sim uma fissura no sistema. A ABL sempre foi um retrato de um Brasil que se imaginava universal, mas que se mostrava restrito, masculino e branco, mesmo tendo Machado de Assis, negro, como patrono e um dos fundadores. A presença de Ana Maria não é apenas uma vitória individual, mas uma reordenação simbólica: a entrada de alguém que foi forjada fora dos salões, escrevendo sobre o país a partir das margens que, silenciosamente, sempre sustentaram o centro. O livro "Um Defeito de Cor" já havia demonstrado o que a Academia demorou um século para entender: que a memória negra também é o idioma do Brasil. O romance que cruza o Atlântico e refaz a travessia da diáspora revela o que a ABL silenciou por tanto tempo: a língua portuguesa, quando escrita ou falada por mãos negras, ganha uma nova respiração, uma nova ética, uma nova pulsação. O problema nunca foi a ausência de vozes negras, mas o silêncio imposto pelas portas fechadas. Celebrar a entrada de Ana Maria
0 visualizações 0 curtidas 0 comentários

0 Comentários

Carregando comentários...

Escolha seus interesses

Receba notificações personalizadas

0 tópicos selecionados